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Sexualidade na terceira idade: Especialista explica os desafios de quebrar tabus

Entenda os desafios, cuidados e a importância do diálogo para uma vida sexual saudável na terceira idade

Jamille Marques | Especial para O Liberal

A sexualidade na terceira idade é um tema frequentemente cercado de tabus, mas continua sendo uma parte fundamental da vida de muitas pessoas. Embora o envelhecimento traga mudanças físicas e emocionais, a intimidade e o desejo de afeto não desaparecem. Em vez disso, a sexualidade se reinventa, com novos desafios e cuidados específicos.

Mudanças Fisiológicas e Desafios

De acordo com a gerontóloga Doutora Hilma Khoury, a menopausa nas mulheres e a andropausa nos homens provocam mudanças hormonais que impactam diretamente a sexualidade. “Essas alterações podem causar ressecamento vaginal e disfunção erétil, dificultando as relações sexuais. Apesar da diminuição da libido, a sexualidade não desaparece, pois envolve aspectos emocionais e sociais, como intimidade, companheirismo e afeto”, explica.

Ela ainda ressalta que um dos maiores desafios enfrentados pelos idosos é o preconceito, o chamado idadismo ou etarismo, que prejudica a vivência plena da sexualidade. “A ONU e a OMS lançaram a década do envelhecimento saudável, e combater o etarismo é um dos pilares dessa iniciativa”, destaca a especialista.

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Apesar das dificuldades, Bebel acredita que a vida sexual não deve ser negligenciada com o envelhecimento. “Não devemos desistir da nossa sexualidade. O sexo é parte da vida e deve ser vivido com carinho e respeito”, afirma.

O Papel da Autoestima

A autoestima tem grande impacto na sexualidade. Hilma alerta que a autoestima baixa pode prejudicar tanto a busca por um parceiro quanto o próprio relacionamento. Sentir-se bem consigo mesmo é essencial para manter a disposição e o prazer nas relações. Além disso, a valorização do corpo e da saúde mental contribui para uma vida sexual mais saudável.

A Importância do Diálogo

Tanto Hilma quanto Bebel ressaltam a importância do diálogo aberto sobre sexualidade. Para Bebel, falar com o médico e com o parceiro foi essencial para melhorar sua qualidade de vida sexual. “Buscar informações e entender o que está acontecendo com o corpo são passos importantes”, diz.

Para a gerontóloga, é fundamental desmistificar a ideia de que os idosos não têm direito à sexualidade. “Todos têm o direito de viver sua sexualidade de forma saudável e feliz”, conclui.

A sexualidade na terceira idade é um direito que deve ser respeitado. Não se trata apenas de um aspecto biológico, mas de um componente essencial para o bem-estar e a qualidade de vida. O envelhecimento pode trazer desafios, mas também oferece a chance de vivenciar a sexualidade de maneira mais consciente e madura. O diálogo, a informação e o cuidado com a saúde são fundamentais para que os idosos possam viver todas as fases da vida, incluindo a sexualidade, de forma plena e satisfatória.

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