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Fogo destrói dois mil hectares da Terra Indígena Anambé em Moju e população clama por ajuda

Queimada já destruiu área comparada a mais de 1851 campos de futebol. Indígenas pedem doações para alimentação e combate às chamas

Vito Gemaque

Mais de dois mil hectares já foram destruídos por uma queimada de grandes proporções na Terra Indígena (TI) Anambé – composta pelas aldeias Mapurupy, Yrapã e Yetehu -, localizada no alto rio Cairari, no município de Moju, na região nordeste do Pará. A área destruída pelo incêndio é equiparada a aproximadamente 1.851 campos de futebol. A população combate às chamas juntamente com uma brigada do Corpo de Bombeiros, que está na região. Os indígenas pedem doações para alimentação e ajudar nas ações de combate ao incêndio.


O fogo atinge a reserva há mais de uma semana, ameaça destruir áreas preservadas e coloca em risco a saúde dos indígenas, principalmente crianças e idosos, que têm enfrentado dificuldades respiratórias devido à fumaça intensa. Território Indígena Anambé, com cerca de 8 mil hectares, está às margens do rio Cariari, afluente do rio Mojú.

"Aqui é muito delicada a situação mesmo. Tem muito fogo e está muito complicado. Ninguém está nem conseguindo ficar no território. É muita fumaça, faz mal para as crianças. Os bombeiros esão no mato e não estão conseguindo apagar o fogo", contou à reportagem Júlia Anambé

Os indígenas notaram o incêndio no dia 28 de outubro, que pode ter sido iniciado em uma fazenda vizinha à TI que utilizou o fogo para queimar o pasto. As chamas ficaram sem controle e passaram para a Terra Indígena Anambé. O clima e a mata seca ajudaram possibilitaram a expansão do fogo.

"Temos suspeita de que um fazendeiro ou empresa que faz divisa com nosso território colocou fogo no pasto. Possivelmente, por registros que temos dos nossos indígenas, eles tentaram apagar o fogo passando o maquinário para fazer o assero, mas não conseguiram e acabou entrando para dentro do nosso território. Estamos nessa luta há mais de uma semana e meia", declarou o cacique Pinawã Anambé. Segundo ele, o quantitativo de brigadistas enviados é insuficiente para controlar o fogo. "A gente pede ajuda para autoridades que enviem mais brigadistas e reforço aéreo", complementou. 

A população pede como doações água mineral, alimentos não perecíveis, itens de higiene pessoal e equipamentos de apoio de brigada de incêndio que podem ser entregues no posto de Coleta na rua Gonçalves Ferreira, nº 471, no bairro do Telégrafo, em Belém, para Danielle Souza. Os interessados também podem entrar em contato pelo número (91) 99921-2790. As doações em dinheiro podem ser feitas por chave PIX no CPF: 556.347.612-04, no nome do cacique geral Tedy Max Santos Anambé.

"Está muito seco e os focos de incêndio ficam voltando. Os parentes mulheres, homens e jovens estão junto com os bombeiros apagando esses focos de incêndio. Estamos fazendo uma campanha de material, de alimentos, água, de recursos para sustentar os parentes no fundo da reserva para fazer esse trabalho. Porque embora o Corpo de Bombeiros já esteja lá isso impactou muito a vida dos nossos parentes que não podem mais ir para roça, fazer farinha, fazer suas coisas, então eles precisam receber doações de alimentação", declarou Danielle Souza, que está recebendo doações em Belém.

Sobre este caso, o Corpo de Bombeiros Militar informou, por meio de nota, que atua com equipes especializadas em diferentes frentes na área do município de Moju.

DOAÇÕES PARA POVOS DA TI ANAMBÉ

Posto de Coleta: na rua Gonçalves Ferreira, nº 471, no bairro do Telégrafo, em Belém. Contato: Danielle Souza - (91) 99921-2790.

Doações via PIX - CPF: 556.347.612-04, no nome do cacique geral Tedy Max Santos Anambé. Banco: Caixa Econômica Federal.  

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