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Famílias devem prevenir câncer em crianças e adolescentes

Observar sintomas é fundamental para o diagnóstico precoce das enfermidades

O Liberal

A prevenção à incidência de tipos de câncer não se restringe aos adultos, mas deve também ser priorizada com relação às crianças e adolescentes. O alerta é da médica especializada em Oncopediatria, Fabíola Puty, do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, como parte da campanha Setembro Dourado. Por isso, acessar informações sobre o assunto e atuar na identificação de sintomas são ações fundamentais à saúde do público infantojuvenil.

“É importante massificar a informação para toda a população sobre quais são os tipos mais comuns dessa doença. É importante que às famílias fiquem em alerta aos possíveis sinais, além de contribuir para o diagnóstico precoce, garantindo a possibilidade de cura”, enfatiza Fabíola Puty. Ela acrescenta que “o câncer pode ocorrer em qualquer momento da vida e, na infância, ela pode ser congênita, ou seja, no nascimento, até a fase da adolescência, além de atingir os adultos”.

Principal referência no Norte do País no tratamento de crianças e adolescentes com câncer entre 0 e 19 anos, o Oncológico Infantil Octávio Lobo pertence à rede pública de saúde do Governo do Pará, sendo gerenciado pela entidade filantrópica Pró-Saúde, por meio de contrato de serviço com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).Em 2021, o hospital realizou mais de 329 mil atendimentos. Desde a sua inauguração, em 2015, o hospital já atendeu mais de 1.948 pacientes que receberam os cuidados assistenciais.

Tipos

Os tipos mais comuns de câncer abrangem a Leucemia Linfótica Aguda, Tumor de Wilms, Retinoblastoma, Linfoma, Neuroblastoma e Tumores do Sistema Nervoso Central.

A Leucemia Linfótica Aguda (LLA) é o câncer mais comum na infância, representando 30% do total dos casos. A doença afeta os glóbulos brancos (leucócitos), células no sangue que protegem o organismo, agindo contra infecções, gripes, resfriados e outros distúrbios.

A leucemia ocorre quando os glóbulos brancos param de fazer a defesa e passam a se multiplicar de maneira desordenada. Eles se infiltram em grandes quantidades na medula óssea e comprometem a produção e funcionamento normal das células sanguíneas. Principais sinais e sintomas são palidez, cansaço, febre prolongada sem causa identificada, infecções recorrentes ou persistentes, perda de peso e apetite, manchas roxas na pele, hematoma ou sangramento na gengiva, aumentos de gânglios pelo corpo, aumento das vísceras, dor óssea (generalizada ou nas juntas), irritabilidade e sintomas neurológicos. Quando diagnosticada e tratada cedo, as chances de cura são de mais de 80%.

Já o Tumor de Wilms afeta o funcionamento dos rins. É bastante comum em crianças, principalmente entre 2 e 3 anos de idade. Os principais sintomas são aumento do volume abdominal, urina com sangue, pressão alta e, em certos casos, dor no abdômen. O diagnóstico é realizado por uma ultrassonografia dos órgãos afetados. O tratamento indicado para este tipo de câncer é a quimioterapia.

O câncer Retinoblastoma origina-se nas células que formam parte da retina. Comumente aparece em crianças menores de 5 anos de idade. O diagnóstico precoce garante a preservação dos olhos. O tratamento é realizado por meio de quimioterapia e anulação do tumor por laser. O sintoma mais comum é o brilho ocular chamado, popularmente, de “reflexo do olho de gato”.

O Linfoma afeta os gânglios e órgãos do sistema imunológico das crianças. Geralmente, o tumor aparece no pescoço, tórax e barriga. Os sintomas mais comuns são o aumento de gânglios pelo corpo, suor noturno, febre, perda de peso, palidez, cansaço, manchas roxas, massa abdominal, aumento das vísceras, enjoos e vômitos, intestino preso e dor abdominal.

Os dois principais linfomas classificados são o de Hodgkin e o não-Hodgkin. O primeiro é o câncer do sistema linfático que inclui gânglios, timo e outros órgãos de defesa do organismo. É raro antes dos cinco anos de idade, afetando em maior intensidade crianças menores de 16 anos. Já o não-Hodgkin é o mais comum do que o linfoma de Hodgkin.

O Neuroblastoma é um tumor sólido também incidente na infância. Ele se instala fora do cérebro e costuma ser diagnosticado nos dois primeiros anos de vida. Pode aparecer em qualquer parte do corpo, sendo mais comum nas glândulas suprarrenais e na região torácica.

Nas crianças, atinge principalmente o abdômen e pode ser confundido com verminoses, pelo fato dos sintomas serem praticamente os mesmos. O tumor pode se espalhar para os ossos e causar dores no corpo e febre. Para diagnosticá-lo, é preciso fazer ultrassonografia, tomografia, exames de urina e biópsia. O tratamento depende muito da localização e idade da criança, e pode incluir quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante de medula.

Principais sinais e sintomas: massa palpável (abdômen ou pescoço), perda de peso e apetite e déficit de crescimento, febre, dor óssea, aumentos de gânglios pelo corpo, palidez, mal-estar, irritabilidade, fraqueza nas pernas, sintomas oculares, nódulos subcutâneos, sintomas obstrutivos da bexiga e intestino e déficit neurológico.

Os Tumores do Sistema Nervoso Central causam vômitos, dores de cabeça, tonturas e problemas de equilíbrio. Para saber se são malignos ou benignos, é necessário uma cirurgia. Além da retirada do tumor, a criança, provavelmente, terá de fazer quimioterapia e radioterapia.

Sintomas mais comuns: dor de cabeça persistente, enjoos e vômitos, alteração na coordenação motora, distúrbios visuais (visão dupla e estrabismo), déficits neurológicos (paralisia do nervo cranial, sinais sensoriais e motores), convulsões, baixo rendimento no desempenho escolar sem explicação, mudanças de comportamento, torcicolo e sinais de aumento da pressão intracraniana.

Pará