Enem 2023: pedagoga e psicóloga falam sobre a importância da saúde mental no rendimento da prova

Para a pedagoga Thaiza Barros, pais e professores precisam estar atentos aos sinais que podem ser dificuldade de concentração e memorização, a falta de motivação e interesse pelos estudos

Saul Anjos e Gabriel Pires
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A rotina de estudos para conquistar a tão sonhada vaga na universidade, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), precisa que os estudantes levem em conta cuidados com a saúde mental. A cobrança excessiva, uma rotina de estudo irregular planejada e até uma má alimentação podem trazer problemas aos vestibulandos, como apontam especialistas. Essa é 12ª reportagem especial da série sobre o Enem 2023 publicada todas sextas-feiras no jornal O Liberal e no portal O Liberal, traz dicas para os estudantes direcionarem os estudos da melhor forma e tenham sucesso na prova que será realizada nos dias 5 e 12 de novembro.

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A pedagoga Thaiza Barros explica que a pressão para conseguir um bom resultado no vestibular pode acarretar em “uma ansiedade ou estresse excessivo por deixar os estudantes sobrecarregados, além de resultar em uma insônia, falta de apetite e outros sintomas associados ao estresse”, disse ela. “A nossa saúde mental é essencial para uma qualidade de vida, de forma geral, e não apenas para o desempenho acadêmico”, completa.

Diante do cenário de passar horas sentado em frente ao computador estudando ou revisando conteúdo nos livros e cadernos, é preciso ter cautela para que não resulte em um isolamento social, o que pode prejudicar a interação com amigos e familiares, assim como de outros problemas psicológicos conforme relata Thaiza. “Temos casos graves, na juventude de hoje em dia, de depressão, desmotivação pela quantidade de conteúdo a ser estudado e a perspectiva de não conseguir uma nota satisfatória, podendo trazer uma baixa autoestima. Quando o estudante não obtém o resultado esperado, pode resultar em frustração e levar muitos deles a desistirem de uma nova tentativa para o Enem”, acrescenta.

Para que isso não aconteça, a pedagoga chama atenção dos responsáveis e professores para que fiquem atentos aos sinais que os vestibulandos demonstram. “Dificuldade de concentração e memorização, a falta de motivação e interesse pelos estudos, a perda do sono que leva a uma indisposição. É importante que essa rede de apoio (pais e professores) possam observar esses comportamentos nos jovens que estão em preparação. Todos esses fatores podem levar a uma queda de desempenhos dos estudantes, isso não significa dizer que não estejam preparados ou que não conseguiram assimilar o conteúdo, mas podem interferir no resultado”, revela.

“A escola e a família têm um papel crucial para a promoção da saúde mental dos nossos jovens. Embora eles (responsáveis e educadores) devam trabalhar juntos para criar esse ambiente seguro e acolhedor, é importante que cada um possa oferecer esse apoio emocional e psicológico sempre que necessário. A escola deve ter políticas claras e protocolos para lidar com essas questões. Os professores precisam ter esse olhar para identificar esses sinais de desordem e encaminhar esses alunos para ajuda especializada. Os pais devem estar abertos à comunicação com seus filhos para que se sintam seguros em compartilhar os sentimentos e preocupações”, afirma Thaiza.

Criação de uma rotina e o obstáculo da cobrança excessiva

A cobrança excessiva é muito negativa para os vestibulandos, como lembra a psicóloga Nathália Otero, de Belém. “A palavra excesso significa fora do normal, do padrão de normalidade, do limite esperado. E na vida, tudo precisa funcionar com muito equilíbrio. Os principais riscos mais notados [durante a preparação para o Enem] são procrastinação, choros frequentes, automutilação, desinteresse, excesso de apetite ou perda dele, alterações no sono, pensamentos intrusivos e negativos, sensação de fracasso, falas pessimistas e baixo rendimento escolar”, alertou a especialista.

Para haver um equilíbrio adequado durante o dia a dia, é necessário “criar rotinas que [o aluno] consiga dar conta de manter, com ajustes criativos das demandas pessoais, estudantis, familiares e sociais”. “O melhor investimento é o cuidado com a saúde mental nesse período para facilitar no processo de autorregulação emocional, autoconhecimento e segurança nas tomadas de decisões. E sim, os benefícios são muitos, incluindo um rendimento melhor e maior nas provas e outros desafios do período”, disse Nathália.

“Como uma balança, devemos conciliar as necessidades diversas que temos: criar uma rotina de vida saudável e equilibrada contendo horário para estudo, para exercícios físicos, para as relações sociais, para a diversão e lazer, etc”, complementou.

A especialista explica que a ansiedade é um sintoma natural ao estar diante de um desafio. No entanto, quando esse quadro gera impactos na qualidade de vida e na rotina, é sinal de que algo não vai bem e não está saudável. “Devemos nos preocupar ou acender a luz do alerta quando ela começa a trazer prejuízos na vida da pessoa, como os sintomas negativos: a incapacidade de apresentar um trabalho, ‘apagões’ sobre o conteúdo da prova, sensações de desmaio, taquicardia e choros frequentes”, alertou.

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