Empreendedora de Castanhal se destaca com produtos artesanais
São 18 produtos com destaque para os chocolates e as pastas de cacau, cupulate e castanha de caju
De professora de matemática a produtora rural que desenvolveu receitas de biscoitos e chocolates artesanais. Essa é a castanhalense Cláudia Fatiane da Silva, de 39 anos, filha de agricultores.
A história de sucesso da empreendedora começa como a de muitas outras pessoas que migram para as vendas para poder ter uma renda extra ou falta de emprego formal.
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Fatiane como é mais conhecida morava em Roraima, em 2010, quando levou uns biscoitos de castanha do Pará, para o lanche dos professores da escola onde trabalhava e um das colegas perguntou se poderiam vender de tão bom.
“Ela estava passando uma situação financeira muito difícil e comecei a produzir para vender junto com ela os biscoitos e dessa forma ajudar a amiga a sair do cheque especial. E deu certo”, contou.
Em 2012, a professora de matemática voltou para Castanhal, mas não conseguiu emprego.
“Eu estava preocupada. Mas recebi a rescisão da escola e todo o dinheiro investi em maquinas e utensílios para fazer os biscoitos e comecei a vender. Meu pai também me ajudava a vender na feira em Belém e assim comecei”, relembrou.
O pai, que na época parou de trabalhar na roça, dividiu a propriedade rural entre os filhos e Fatiane, mesmo sem experiência, encarou mais um desafio.
“Eu peguei todo o dinheiro que estava ganhando com os biscoitos e investi no sítio. Fui à procura de assistência técnica na Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará) que projetou a minha área agroflorestal para que eu tivesse renda o ano inteiro com vários tipos de culturas, mas a minha primeira produção foi o abacaxi e com a venda dele montei a minha propriedade e durante seis anos fui uma das maiores produtoras do fruto na região. Mesmo assim não deixei de lado a fabricação dos biscoitos”, disse.
A inquietude e vontade de crescer ainda mais da empreendedora a fez querer descobrir novas formas de investir e aumentar as vendas com produtos artesanais e vieram os chips de banana e a pasta de cupulate, feito com a amêndoa do cupuaçu.
“Eu já estava vivendo da agricultura familiar, mas queria ampliar meu leque de produtos a partir de tudo que eu prodizia. Foi assim que descobri que não se desperdiçava nem mesmo o caroço do cupuaçu, que é parente do cacau. Conheci pela internet o trabalho de uma produtora da Bahia que fazia umas pastas de chocolate reaproveitando as amêndoas e entrei em contato com ela que me ensinou como fazer. Desde então fui só aperfeiçoando a receita”, explicou Fatiane.
Hoje a empreendedora possui 18 produtos com destaque para os chocolates e as pastas de cacau, cupulate e castanha de caju.
“Eu tenho um sonho. Quero produzir mais e me tornar referência não somente em Castanhal. Já sou a primeira produtora que produziu o seu próprio chocolate, mas quero também poder ajudar outros produtores”, contou.
O reconhecimento tão esperado está prestes a se tornar realidade. Fatiane foi indicada para concorrer ao Prêmio Sebrae Mulher de Negócio de 2024, na categoria rural. O estado do Pará concorre com cinco candidatas.
“Eu sou umas das cinco do Pará que concorre a essa premiação nacional”, observou Fatiane.
O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios é uma iniciativa que valoriza e incentiva o empreendedorismo feminino no Brasil, reconhecendo o trabalho e a dedicação de mulheres empreendedoras que contribuem para o desenvolvimento do país.