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Em um ano, Amazônia Sempre passa de US$ 1 bi para US$ 4,2 bi destinados a programas no bioma

Iniciativa é do BID e visa promover o desenvolvimento sustentável na região amazônica. Autoridades nacionais e internacionais estiveram reunidas em Belém para comemorar resultados

Camila Azevedo

Em um ano de atividade, o Programa Amazônia Sempre, iniciativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que visa uma série de medidas para acelerar o desenvolvimento sustentável do bioma amazônico, aumentou sua carteira financeira de US$ 1 bilhão para US$ 4,2 bilhões. Os valores financiam projetos em toda a região e foram anunciados em um evento neste sábado (27), em Belém. O momento contou com a presença de uma série de autoridades nacionais e internacionais, como a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen.

Ao todo, o BID já financiou 199 projetos na Amazônia por meio do Programa. São 123 em execução e 76 em preparação. O presidente do banco, Ilan Goldfajn, comemorou os resultados alcançados. “Há um ano, anunciamos nosso desejo de contribuir para projetos para a floresta, pessoas, economia… Para as comunidades da região. Chamamos essa iniciativa de Amazônia Sempre. Em pouco tempo, um ano, passamos de uma ideia, para números e resultados concretos. Nós nos organizamos com um objetivo comum, que é proteger essa região”, pontuou. 

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As análises feitas pelo BID, no âmbito do Programa, apontam que a bioeconomia do Pará tem potencial para alcançar US$ 170 bilhões em 2040, cerca de trinta vezes mais do que o valor atual arrecadado com projetos que visam manter a diversidade viva. “Mas a Amazônia é sempre mais do que projetos isolados. O Pará se consolidou como o berço da busca pela inovação e tem impacto positivo na floresta, na economia, na cidade e nas pessoas. Trabalhamos para promover a bioeconomia do Pará e da Amazônia como um todo”, completa Goldfajn.

O BID também está desenvolvendo atividades para que o aporte financeiro não fique restrito. Ilan destacou, durante o evento, que há uma democratização da ajuda na região por meio de conhecimento técnico e capacitação dos oito países que fazem parte da Amazônia - Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela e Suriname. Junto a isso, pequenas partes dos projetos apoiados estão sendo vendidas. “Trabalhar pela floresta, pela natureza, pela biodiversidade e pelo clima é trabalhar pelas pessoas da região e pelas pessoas do resto do planeta”, concluiu.

Compromisso

Durante o evento, Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, ressaltou que o país norte-americano fará o possível para apoiar medidas que promovam a mitigação das mudanças climáticas e estejam em acordo com práticas de uma economia mais verde. Essa é a primeira vez de Yellen na Amazônia. “As mudanças climáticas representam uma ameaça diária existencial. Isso prejudica a saúde humana e sobrecarrega o orçamento do governo. A dura realidade é que pessoas e países com menos recursos para se prepararem acabam arcando com riscos maiores”, enfatiza.

Janet firmou uma parceria envolvendo o Ministério da Fazenda do Brasil na última sexta-feira (26). A ideia é ampliar os laços entre os dois países na área climática, com foco em acelerar investimentos em energia limpa e estimular o mercado de carbono, finanças sustentáveis e fundos climáticos. O acordo foi selado junto a Fernando Haddad, ministro da Fazenda, durante reunião de lideranças financeiras do G20 - grupo que reúne as maiores economias do mundo - no Rio de Janeiro. “Precisamos de uma arquitetura dos bancos aos fundos financiários climáticos que funcionem como um sistema para promover velocidade em assistência técnica e política que os países em desenvolvimento precisam”, disse Yellen.

Pará cobra financiamento

Além de pontuar os feitos do Pará no combate ao desmatamento, o governador do estado, Helder Barbalho, que também esteve no evento, pediu responsabilidade dos EUA nos financiamentos necessários para garantir o combate às mudanças climáticas. “Peço que os Estados Unidos assumam a responsabilidade de liderar os financiamentos necessários e as modelagens no âmbito internacional, para permitir o combate às mudanças climáticas, a transição energética, a prioridade de um mundo com emissões zero e, para isso, a solução passa por um aporte relevante e histórico aqui na Amazônia”.

Amazônia Sempre

O Programa foi anunciado em 2023, depois de uma reunião entre os Governadores do BID da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Os Governadores, que são ministros das finanças, economia, planejamento ou outros altos executivos, assinaram uma declaração conjunta em apoio ao novo programa. A iniciativa tem uma abordagem em três frentes: uma plataforma para mapear recursos financeiros; um mecanismo de preparação de projetos; e uma rede de ministros de Finanças e do Planejamento.

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