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Dependência de tela faz crianças perderem proteção natural dos olhos, segundo especialistas

Uso excessivo de smartphones está diminuindo a capacidade natural dos olhos de se protegerem, tornando-se necessário o uso de óculos para preservar essa proteção em crianças com alto contato com telas.

O Liberal

A dependência cada vez mais comum das crianças paraenses às telas está causando uma preocupante perda precoce da proteção natural dos olhos, conhecida também como "grau positivo". Esse fenômeno revela que o uso excessivo de smartphones e dispositivos digitais está diminuindo a capacidade natural dos olhos de se protegerem, tornando-se necessário o uso de óculos para preservar essa proteção em crianças com alto contato com telas, principalmente as de celulares, segundo especialistas.

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“As crianças e os adolescentes de hoje têm contato durante muitas horas do dia com telas pequenas. Em casa e na escola, não desgrudam, estamos falando de uma geração que começa a sofrer com problemas sérios cada vez mais cedo. A orientação das principais organizações oftalmológicas é fazer a criança utilizar óculos de proteção, mesmo que ela não tenha nenhum problema diagnosticado. Existem vários tipos dessas lentes hoje no mercado, mas basicamente elas filtram a radiação ultravioleta, eletromagnética, a alta luminosidade. Creio que chegamos nesse tempo, onde os pais devem procurar prevenir, ao invés de remediar”, diz Dra Mônica.   

A procura por este tipo de lente aumentou principalmente a partir de 2020, início do período de pandemia, onde as crianças estiveram ainda mais expostas às telas. “As lentes sem grau são procuradas por pais que geralmente estão preocupados com o excesso de tempo que seu filho fica no celular. Posso dizer que quase metade dos pais que aqui chegam, vem para saber informações sobre essas lentes protetoras. Muitas vezes os filhos não desenvolveram ainda uma doença, mas devido ao tempo que passam em telas, já existe a necessidade. A questão da informação hoje tambpem ajuda, os pais estão mais informados”, diz Rian Sérgio Andrade Lima, Ceo de uma ótica no bairro do Umarizal. 

Com a evolução da tecnologia, o mercado dos óculos sem grau infantil cresceu e hoje apresenta uma série de opções para tipos específicos de situações. “De forma geral, um óculos sem grau infantil pode precaver milhares de problemas oculares, como por exemplo miopia, astigmatismo, fadiga ocular; cansaço ou ardência nos olhos, hipermetropia, entre outros. Mas mesmo com os óculos, é preciso ter os mesmos cuidados com o tempo que a criança passa no celular, a distãncia da tela para os olhos, o nível de brilho”, diz a oftalmopediatra paraense.

Alerta 

Para explicar as repercussões a curto prazo que o uso constante de smartphones e outros dispositivos digitais podem causar na visão dos pequenos, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou uma nova publicação no ano passado, produzida pelo Grupo de Trabalho de Oftalmologia Pediátrica da entidade.

O documento ressalta que já é possível identificar como esse hábito tem impactado a visão das crianças cada vez mais cedo. Segundo os oftalmologistas, têm sido relatados efeitos na acomodação, superfície ocular, motilidade ocular e associação como fator de risco para miopia, acompanhados de sintomas extraoculares como dores no ombro e pescoço, cefaleia e dor nas costas.

Estudos recentes, apoiados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), alertam para o avanço dos casos de miopia entre crianças e adolescentes. A taxa de progressão desse distúrbio visual cresceu em 70% dos pacientes de 0 a 19 anos a partir de 2020, conforme destacado pelo CBO.

“A tecnologia no dia a dia é inevitável, mas aconselhamos aos pais evitar ao máximo possível qualquer exposição à telas próximas até os dois anos de idade. Após essa idade, onde geralmente começam a frequentar escola, tem um período mínimo que aconselhamos, sempre intercalado, nunca aquelas horas seguidas, de uma a duas horas até o cinco anos, fazendo intervalos, nunca seguidamente. O cuidado pode evitar um problema que fica para toda a vida”, diz Dra. Mônica.

Pará