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Cursos de Inclusão Digital transformam a vida de mulheres em situação de vulnerabilidade no Pará

Com o apoio da Secretaria de Estado das Mulheres, participantes relatam como o curso abriu portas para o mercado e ajudou a superar desafios pessoais

Jamille Marques | Especial em O Liberal

A educação, como chave para a transformação social, tem se mostrado uma ferramenta poderosa para mulheres em situação de vulnerabilidade no Pará. A Secretaria de Estado das Mulheres (Semu) vem promovendo, por meio do projeto “Qualifica Mulher”, cursos de inclusão digital, com o objetivo de capacitar essas mulheres para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo.

No último dia 8 de novembro, 15 mulheres da Região Metropolitana de Belém receberam seus certificados após a conclusão do curso de inclusão digital, iniciativa que já capacitou 400 mulheres na capital. O curso, que aborda desde o básico da informática até o uso de ferramentas para o empreendedorismo, tem sido uma porta de entrada para um futuro mais promissor.

Superação através da tecnologia

Adriana Oliver, uma das alunas certificadas, tem 44 anos e enfrenta uma batalha contra o câncer. Para ela, o curso foi uma oportunidade de adquirir conhecimentos que antes pareciam distantes. “Eu aprendi a trabalhar com vídeos e a fazer coisas básicas de informática, como criar um e-mail. Comecei a fazer o curso já pensando no meu empreendimento, pois queria aprender mais para divulgar meu trabalho”, conta.

Com o conhecimento adquirido, Adriana conseguiu se inscrever em exposições e eventos, uma conquista importante para quem quer dar visibilidade ao seu empreendimento. “Agora eu consigo mexer na internet e achar outros meios de mostrar meu trabalho. Através disso, eu consegui me inscrever em outros projetos e levar meu empreendimento para esses eventos”, explica. A inclusão digital, para Adriana, foi mais que uma aula de informática; foi uma maneira de alcançar novas oportunidades.

Capacitação como autonomia

Nívea Costa, psicóloga e técnica da Semu, destaca o papel transformador do projeto “Qualifica Mulher”, que atende mulheres vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade. Segundo ela, o curso foi criado para que essas mulheres possam aplicar o conhecimento da informática em seus empreendimentos. “O intuito foi trazer essas mulheres para utilizar o conhecimento em informática e aplicar em seu negócio. Muitas entraram sem conhecimento e saíram com noções básicas para aplicarem nos seus empreendimentos”, comenta Nívea.

A Semu tem expandido as opções de capacitação e, além do curso de informática, passou a oferecer outras qualificações para mulheres em diferentes cidades do estado. “Desde março, a Semu iniciou o curso de inclusão digital e estamos buscando novos cursos. Agora, em novembro, vamos estar em Bragança com cursos de doces modelados e confecção de sandálias. A ideia é agregar valor ao trabalho das mulheres e proporcionar autonomia e empoderamento”, afirma a psicóloga.

Conectando mulheres à tecnologia

Val Genú é líder comunitária e trabalha ativamente para divulgar e recrutar mulheres da comunidade para os cursos do “Qualifica Mulher”. Ela entende a importância da inclusão digital para o desenvolvimento de suas alunas e destaca a necessidade de formação para que elas possam utilizar a tecnologia de forma mais profissional. “A gente precisa ter uma retaguarda de capacitação para que elas acessem a rede social de maneira mais profissional. A Secretaria está dando apoio nesse sentido. Eu identifico as mulheres que têm essa aptidão e elas fazem a capacitação e repassam para o grupo”, explica Val.

A atuação de Val não se limita ao curso de informática; ela também auxilia as mulheres no desenvolvimento de habilidades para comercialização, pois acredita que o acesso ao mercado de trabalho deve vir acompanhado de capacitação e orientação. “Não adianta só ensinar o ofício e não abrir o mercado para que elas possam experimentar o gosto da venda”, reflete.

Empreendedorismo e redes de apoio

Dona Verônica é uma das participantes das feiras organizadas pela Semu. Apesar de não ter feito o curso de inclusão digital, ela vê o projeto como uma oportunidade de ouro para as mulheres que buscam melhorar a vida através do empreendedorismo. “O artesanato é o meu trabalho, e a Secretaria tem me dado a chance de expor e vender meu trabalho nas feiras. O empreendedorismo é o que pode tirar muitas mulheres da vulnerabilidade”, destaca Verônica, que participa do coletivo de artesãs “Art Viva”.

Verônica ainda ressalta que o apoio da Secretaria tem sido fundamental para o crescimento dos negócios das mulheres, mostrando que, com incentivo e oportunidade, é possível transformar a realidade de muitas pessoas.

O impacto da tecnologia no empoderamento feminino

O curso de inclusão digital é apenas uma das iniciativas da Semu para empoderar mulheres em situação de vulnerabilidade. Por meio dessa e de outras ações, como a realização de feiras e a oferta de novos cursos, o governo do Estado cria um ambiente mais inclusivo e acessível, possibilitando que essas mulheres alcancem sua autonomia. Isso representa uma mudança fundamental, ajudando-as a enxergar novas oportunidades e a compreender que o conhecimento é um caminho para a independência e o fortalecimento pessoal e financeiro. A Semu planeja expandir continuamente o projeto, com novas turmas e capacitações voltadas ao crescimento e à independência dessas mulheres.

A inclusão digital vai além do acesso à tecnologia, é também um instrumento de transformação social. Ao proporcionar a essas mulheres ferramentas para melhorar suas condições de vida, o projeto “Qualifica Mulher” não só facilita a entrada no mercado de trabalho, como também fortalece o empoderamento feminino e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao final do curso, o sentimento comum entre as participantes é de gratidão e realização, pois o “Qualifica Mulher” tornou-se mais que um projeto de capacitação; é um símbolo de esperança e de um futuro mais promissor para mulheres que antes se viam sem perspectivas. A Semu permanece comprometida com a promoção da inclusão digital e o fortalecimento feminino, mostrando que, com apoio e educação, é possível construir um caminho para uma sociedade mais justa e inclusiva.

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