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Covid-19: Bebê de 5 meses morre em Santarém; especialista alerta para os riscos para crianças

De acordo com a infectologista Cirley Lobato, essa é a décima morte de criança registrada no município desde o início da pandemia.

Andria Almeida

A atualização dos números da covid-19 no município de Santarém acrescentou a morte de uma criança de 5 meses vítima da doença. O boletim foi divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde na noite desta quarta-feira (23). De acordo com a infectologista Cirley Lobato, essa é a décima morte de criança registrada no município desde o início da pandemia.

Segundo a infectologista, Cirley Lobato, a covid-19 já matou mais de 1.400 crianças de 0 a 11 anos no Brasil. E outras milhares estão com sequelas. “Nós sabemos que a covid acomete menos a faixa etária pediátrica. Porém as crianças estão se infectando muito mais pelo coronavírus nessa nova onda da pandemia”,falou.

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A especialista alerta para a falsa sensação de que as crianças não são facilmente infectadas. “Geralmente tem o discurso de que as crianças têm uma forma mais branda do que os adultos, mas devemos lembrar que a doença na criança pode ser classificada segundo a gravidade”, expôs.

A médica destacou que a covid-19 não é tão inofensiva em crianças. "Devemos estar atento a isso, e em qualquer manifestação clínica de comprometimento respiratório, procurar um atendimento com um profissional de saúde para fazer um diagnóstico precoce e acompanhar esta criança. Porque nós sabemos que ocorre sim um aumento da infecção em criança, principalmente nessa terceira onda.  Possivelmente em consequência das menores taxas de isolamento social e isso leva a uma maior exposição dessas crianças ao vírus”, falou.

Classificação da gravidade da covid-19 em crianças

A infectologista explica que nas crianças existem alguns graus de infecções da covid, entre elas a assintomática: aquela que não apresenta sinais, sintomas clínicos ou alterações radiológicas, mas são detectadas através de exame laboratorial positivo para o vírus.

“Nós temos um quadro leve onde nós temos sintomas das vias aéreas superiores além de febre, fadiga, dor na garganta espirro e nariz escorrendo, que é coriza nasal, com congestão da faringe. Mas a ausculta pulmonar dessa criança é normal e pode também nesse quadro leve, apresentar sintomas digestivos como a náusea vômito dor abdominal ou diarreia”.

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Já na forma moderada tem a presença de uma pneumonia. “Inicialmente com tosse seca que evolui rapidamente para uma tosse progressiva.Temos casos de algumas crianças que evoluem para um quadro severo", enfatizou.

A evolução para as formas graves e as complicações dessa população pediátrica embora sejam pouco frequentes, podem ocorrer. “É importante a gente identificar fatores que determinam a evolução para essa gravidade porque não são todas que vão evoluir para um quadro mais grave”, alertou

Fatores de agravamento

Alguns estudos demonstram que existem alguns fatores que fazem com que essas crianças possam evoluir para um quadro mais grave. Como prematuridade, crianças que já apresentam alguma doença congênita, ou comorbidades como asma, diabetes, obesidade.

A infectologista alertou sobre o perigo das sequelas em crianças. "Uma coisa muito interessante e importante lembrar que existem as sequelas da covid-19 e em crianças, a depender da gravidade das sequelas, também podem evoluir a óbito. É o que nós chamamos de síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica, ela acontece no início da infecção”, informou.

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Ela aponta que no Brasil, segundo Ministério da Saúde (MS), existe  mais de 23 mil casos de  quadro de síndrome respiratória aguda grave por covid-19 com mais de 1.449 óbitos desde o início da pandemia até dezembro de 2021.

Ainda de acordo com a pasta do MS, a Covid-19 está entre as dez principais causas de morte de crianças entre cinco e 11 anos no Brasil, atrás apenas dos acidentes de trânsito.  No ano de  2020, 10.356 crianças entre zero e 11 anos foram notificadas com o a síndrome, das quais 722 evoluíram para óbito. Já em  2021, o total de notificações subiu para 12.921 ocorrências da doença na mesma faixa etária, com 727 mortes, somando um total de 23.277 casos registrados.

Óbitos por covid-19 infantil em Santarém

A infectologista revela que em Santarém foram registrados 10 óbitos de crianças dedsde o início da pandemia. Desses, cinco ocorreram no ano de 2020, quatro em  2021 e a uma que foi registrada  na atualização desta quarta-feira (23).

Por isso, a importância da imunização, independente da faixa etária. "A vacinação nesse público é uma estratégia importante para reduzir o número de infecções e reduzir o número de mortes por conta do covid-19”, finalizou a especialista.

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