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Corpus Christi: procissão passa sobre 1,3 mil metros de tapetes de serragem em Capanema, no Pará

Fiéis relembram as histórias e contam o que os motiva a continuar participando da tradicional confecção dos tapetes

Dilson Pimentel e Maiza Santos

A tradicional confecção dos tapetes coloridos de serragem no município de Capanema, nordeste do Pará, chega a 48º edição nesta quinta-feira (30/05). Os moradores devotos, que todos os anos se dedicam por horas para a montagem da homenagem ao corpo e sangue de Cristo, na celebração de Corpus Christi, contam o que os motiva a continuar participando do rito religioso. 


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O processo de produção dos tapetes na rua 2 de Junho se mistura com as histórias de vida dos moradores da cidade. Dona Inês Maia dos Santos, de 80 anos, é uma das capanemenses que foi voluntária e ainda levou os filhos para também participarem da confecção dos tapetes

“Eu acompanho desde que tinha uns 25, 30 anos. Isso é o amar de Cristo, a gente tá trabalhando para Deus. No início o tapete era de ficha de garrafa e eu fazia a Maria. Todos os meus filhos ajudavam a fazer a serragem. Eles eram do movimento. E aí todo mundo ia pra rua trabalhar e eu também. Passava a noite na rua trabalhando, fazendo o tapete. Hoje, eu não posso andar, mas Deus me traz de muleta, de carro. Todos os anos estou aqui olhando. Pra mim isso é gratificante”, afirma a idosa.

Yan Ricardo Perotti, de 16 anos, foi um dos voluntários que passaram a madrugada preparando a serragem e realizando a pintura. Ele conta que o processo é trabalhoso, mas a sensação de gratidão ao ver tudo preparado para a festa supera os desafios físicos e cansaço. 

“Começamos às 19h de quarta-feira e eu fiquei até 2h da manhã desta quinta-feira na montagem dos tapetes. É cansativo, mas vale a pena. Uma das coisas que dão mais trabalho são as estruturas das serragens, antes de pintar tudo. Já participo há um ano aqui e é um momento muito gratificante. Eu vi que muita gente falou que isso vale a pena, fica muito bonito e acaba sendo uma atração turística aqui na cidade. Atrai pessoas de vários locais. Ano que vem pretendo participar mais uma vez”, afirma o jovem.

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