Comunidade do Guamá realiza ato em memória de jovem assassinado em praça pública

O evento reuniu crianças, famílias e vizinhos que pediam paz e segurança para a região, recordando Lucas Davi

O Liberal
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Dezenas de crianças e moradores se reuniram na praça Benedito Monteiro, bairro do Guamá, na noite desta sexta-feira (13), realizando um ato em memória de Lucas Davi Ferreira Oliveira, o jovem de 21 anos morto a tiros enquanto trabalhava com a mãe em um trailer de lanches no último dia 24 de novembro, na mesma praça. O evento, organizado por uma escola particular e membros da comunidade, reuniu crianças, famílias e vizinhos que pediam paz e segurança para a região, conhecida pelo elevado índice de criminalidade.

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No momento do crime, a praça estava lotada de crianças

Pâmela Ferreira, mãe de Lucas, esteve presente no ato, segurando um cartaz com a foto do filho e a palavra 'paz'. Muito emocionada, ela pediu que as autoridades estaduais garantam segurança à população. “Lucas trabalhava comigo desde pequeno. Sempre incentivei ele a trabalhar e estudar, ele trabalhou como faxineiro e me ajudava aqui, era cheio de sonhos. Ele queria estudar Direito, ter carreira militar, tinha tantos sonhos", disse a mãe.

Um crime em meio à violência

Lucas foi assassinado na mesma praça onde o ato foi realizado, em um episódio que chocou os moradores do bairro e toda capital paraense. Na noite do dia 24, dois criminosos entraram na praça Benedito Monteiro, que estava cheia de crianças e famílias, e tentaram roubar uma moto e celulares. Durante a ação, houve troca de tiros com pessoas armadas no local. Ainda não há informações se seriam militares à paisana que trocaram tiros com os criminosos na praça.

Em meio ao caos provocado pelos tiros, um dos criminosos se aproximou do trailer onde Lucas trabalhava com sua mãe e tentou roubar um aparelho celular. Lucas reagiu e foi baleado na cabeça, em frente a sua mãe. Ele não resistiu ao ferimento. “Isso poderia ter acontecido com qualquer criança, estava cheio de gente aqui. Se não fosse comigo, outra mãe estaria chorando hoje. É preciso segurança no nosso estado, os políticos precisam cuidar de nós. De que adianta praça bonita se não temos segurança?”, desabafou Pâmela.

Lucas, que morava próximo à praça, na travessa Ezeriel Mônico, sonhava com uma carreira militar e trabalhava desde cedo para ajudar a mãe. O jovem era descrito pelos amigos e familiares como trabalhador e dedicado aos seus objetivos. Um dos criminosos foi preso no mesmo dia do ocorrido e o outro foi capturado dias depois, escondido em casa de familiares em Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó.

image Pâmela, mãe de Lucas, com sua filha caçula, que agora é sua única filha (Claudio Pinheiro/O Liberal)

Pedido de mudança

O ato durou cerca de uma hora e contou com participação da comunidade. Crianças e jovens da escola local, onde Lucas era conhecido, cantaram músicas e participaram da soltura de balões. Para os moradores, o evento foi uma forma de pedir atenção das autoridades públicas para a escalada de violência que atinge o bairro.

“Troca de tiros numa praça lotada de gente, aonde vamos chegar!? Queremos segurança para nossas crianças, para nossas famílias. Hoje foi o Lucas, mas poderia ter sido qualquer um de nós”, declarou um dos participantes do ato.

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