Cigarros eletrônicos: entidades da área da saúde no Pará se posicionam contra a liberação
Conselhos regionais de Medicina e de Farmácia destacam os riscos do uso desses dispositivos para a saúde
Conselhos regionais de Medicina e de Farmácia destacam os riscos do uso desses dispositivos para a saúde
Na última segunda-feira (11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu início a uma consulta nacional para avaliar a comercialização e uso dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), conhecidos como cigarros eletrônicos ou vaporizadores (vaper). No Pará, o Conselho Regional de Medicina (CRM) e o Conselho Regional de Farmácia (CRF) se posicionaram contra a liberação desses produtos.
VEJA MAIS
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), não deve ser alterada a determinação da Anvisa nº 46, de 28 de agosto de 2009, que proíbe a “comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos como cigarro eletrônico”.
O mesmo posicionamento é defendido pelo CRM: “há um acúmulo de evidências que sugerem que fumar cigarros eletrônicos pode trazer riscos semelhantes ou mesmo maiores que outras formas de uso de tabaco, comprometendo a saúde de seus usuários”, argumenta o órgão, destacando os riscos da nicotina para doenças cardiovasculares e respiratórias, dependência química e câncer.
VEJA MAIS
[[(standard.Article) Oncologista clínico alerta para uso de cigarro eletrônico]]
Para o Conselho Regional de Farmácia (CRF), as evidências científicas também falam por si só: “o vapor mecânico prejudica exponencialmente os pulmões e demais órgãos do corpo humano, em velocidade muito maior do que o cigarro convencional, por exemplo. Além disso, a bateria e a resistência do cigarro eletrônico utilizado para formar o vapor, podem soltar uma variedade de outros metais, aumentando ainda mais o risco de complicações, inclusive do câncer”, afirma.
O CRF diz, ainda que, independente da decisão da Anvisa acerca do assunto, após a consulta nacional, acredita que “os órgãos competentes não podem negligenciar a realidade do uso massivo desses dispositivos, e deve ser realizado um amplo investimento em políticas públicas de conscientização acerca dos riscos do consumo de DEFs”.
A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que ainda está montando a referência técnica em relação ao tabagismo e, por conta disso, ainda não têm um posicionamento a ser divulgado sobre o assunto. Já a Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) comunicou que, até o fim da tarde desta terça-feira (10), encaminhará uma nota oficial sobre a questão.