MENU

BUSCA

Chuvas e diminuição de florestas em Belém aumentam ocorrência de cobras em residências

Biólogo indica que animais silvestres devem ser resgatados por profissionais treinados e equipados

Vito Gemaque

O aumento das chuvas em Belém e a diminuição de florestas em Belém associadas também aumentam a ocorrência de cobras dentro de residências. Como na noite do último domingo (16/02), quando uma família encontrou uma cobra no telhado de sua casa, no bairro do Marco, em Belém. O réptil surgiu na residência, localizada na travessa Perebebuí, próximo ao Bosque Rodrigues Alves, durante a forte chuva que atingiu a cidade. O biólogo e docente de ciências biológicas da Universidade da Amazônia (Unama) Mauro Tavares alerta para os cuidados que a população precisa ter ao encontrar com esses animais.

“A primeira coisa que tem que se fazer é manter a calma, depois manter o animal afastado, a família fastada desse animal. Em hipótese alguma tentar fazer a contenção desse animal. Você tem que ligar imediatamente para o Batalhão de Polícia Ambiental ou para o Corpo de Bombeiros. Eles sim com o preparo adequado, com os EPIs e equipamentos adequados poderão fazer a contenção e resgate desse animal”, explicou.

De acordo com o biólogo, um dos fatores que podem estar causando o aumento das ocorrências de animais na área urbana é o aumento do desmatamento nas áreas no entorno das cidades. A diminuição de áreas de floresta dificulta a disponibilidade de alimentos e abrigos ficam cada vez mais escassos aos animais que buscam outros espaços para principalmente alimentação.

“Eles vão buscar esses espaços em locais distantes, no caso das cobras, que tem em grande número, e naquele local não encontram condições favoráveis, elas começam a encontrar outros espaços nas áreas urbanas”, destaca. 

Alguns cuidados básicos podem ajudar a evitar que os animais entrem nas residências. O primeiro é manter os espaços limpos, sem o acúmulo de entulhos, manter locais iluminados e criar barreiras físicas, ou seja, com grades e telas que impeçam esses animais de entraram nas residências. “É muito comum no período chuvoso termos um aumento dos registros de animais silvestres nas nossas residências”, complementa. 

Sobre identificar se uma cobra possui veneno ou não, o biólogo orienta diz que apesar de haver literatura que especifica isso pelo formato da cabeça, não é seguro utilizar o parâmetro com exatidão. Muito menos buscar na internet imagens para identificar se o réptil é ou não peçonhento. Somente pessoas experientes e profissionais saberão identificar entre os animais que são ou não venenosos. 

“É muito importante que quando você encontra esse animal não tente matar e nem tampouco fazer o resgate dele. Matar um animal desse pode ser até de uma espécie rara, que tem uma importância ecológica dentro de um ecossistema, e logicamente a contenção, resgate e a soltura desses animais em locais adequados somente pode ser feita por profissionais que estudaram a espécie e sabem a maneira certa de fazer o manejo”, enfatiza.

Pará