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Chocolat Festival discute sustentabilidade em Belém com representantes do setor de cacau

Perspectivas e desafios da produção do cacau no Brasil e no mundo são o foco do evento

O Liberal

O evento Chocolat Festival, realizado desde a quinta-feira (26), no Hangar Centro de Convenções, em Belém, trouxe ao público palestras realizadas desde às 15h até às 21h30 deste sábado (28). Durante as atividades do festival, representantes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do setor produtivo nacional e internacional e especialistas discutiram sustentabilidade, perspectivas e desafios da produção do cacau no Brasil e no mundo.

Vindo de La Rioja, na Espanha, o produtor Kankel Rodrivalvarez, apresentou o painel “Chocolates na Europa, mercado atual de chocolates e cacau”. Ele falou sobre o potencial brasileiro e amazônico para a exportação de cacau. “O Brasil tem um diferencial importante no processo de disseminação dessa produção: tem uma cultura muito forte e muitos projetos oriundos do cacau, o que facilita o desfrutar do produto. O que torna esse consumo uma experiência. O Festival do Chocolate é um lugar de aproximação das pessoas que querem provar o chocolate com o produtor”, avaliou Kankel.

“É preciso otimizar os custos e encontrar uma forma de aproveitar a casca do cacau. Um cacau de um quilo rende 70 gramas de chocolate. Isso é um tablete. Precisamos encontrar meios de tornar esse processo sustentável. Creio que o segmento tem muito a fazer e não podemos fazer em um só dia. Um evento como esse significa dar mais alguns passos para se chegar onde se pretende chegar. É um evento lúdico, festivo e de aprendizado muito importante, onde podemos não só ter acesso ao chocolate, mas também produtos de grande valor dessa comunidade, como as plantas”, destacou ainda.

COP30

A palestra de encerramento do Chocoday ficou a cargo de Dr Borja, do Grupo NVX, que ministrou o painel "Design de experiência turística, cacau e o chocolate: rumo à sustentabilidade na COP 30”. O pesquisador da Universidade de Nova York contou um pouco da sua trajetória e destacou a importância do festival.

“O Chocolat Festival causa um impacto nos ecossistemas que ele atua. Eu faço mentorias em diversas regiões do Pará e as pessoas se preparam para o Festival. Não tem como mensurar monetariamente os impactos social e ambientais, além da geração de renda, que uma programação como essa, de conhecimento, troca de experiências, de aproximação com o público, conferem ao segmento. O que começa com um movimento vira referência. E acho que é mais um preparativo importante para a COP30. Os produtores estarão melhor preparados para eventos grandes e essa é a grande contribuição desse evento, que junta todo um ecossistema de especialistas”, concluiu.

Além das palestras, as atividades deste sábado contaram painéis acadêmicos; minicurso sobre a bioeconomia do cacau; rodadas de negócios; flor e cozinha kids - com oficinas de jardinagem e confeitaria; feira do chocolate e das flores; reunião ordinária da Câmara Setorial do Cacau, Cozinha Show – com chefs locais, nacionais e internacionais; e premiação dos concursos de escolha da melhor amêndoa e chocolate. A programação do Chocolat Festival continua neste domingo e é totalmente gratuita.

Cerca de 150 expositores e mais 600 produtores de todo o Brasil participaram do evento, que seguiu até domingo (29). Os negócios incluíram a venda de chocolates artesanais em várias formas: bombons regionais, sorvetes, barras e outros produtos. O evento contou com a degustação de marcas do país, chocolates premiados internacionalmente e concursos de melhor amêndoa e chocolate.

O Pará é o maior produtor de amêndoas de cacau do Brasil, com 140 mil toneladas por ano, segundo a Sedap, e o evento é uma realização do governo do Estado, por meio da secretaria, e conta com o financiamento do Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau), entre outros parceiros.

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