Casos de Mpox crescem 107% no Pará em um ano e especialista alerta para consequências do Carnaval
Período festivo, com mais aglomerações, podem levar à disseminação dessa e de outras doenças
O excesso de contato físico entre foliões durante o Carnaval pode aumentar o risco de contaminação por Mpox – doença infecciosa que apresentou um aumento de 107% no número de casos no último ano, no Pará, com base em dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). De acordo com especialistas, o contato físico pode levar à disseminação da doença. No último dia 27 de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a doença ainda é uma emergência de saúde pública.
Segundo Lourival Marsola, infectologista no Hospital Universitário João de Barros Barreto, é comum ocorrer a contaminação em períodos de festivais ou eventos com grande densidade populacional, como o Carnaval.
“Em aglomerações, as principais formas de transmissão da doença estão o contato por meio de gotículas, secreções respiratórias de pessoas contaminadas e também o contato com pele e mucosas que apresentam as lesões da doença. Não somente ela, mas como todas as doenças que são transmitidas de pessoa a pessoa, como é o caso das viroses, das doenças respiratórias virais” explicou o especialista.
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O que é Mpox?
Doença viral causada pelo vírus Monkeypox, pertencente à mesma família do vírus da varíola humana (Orthopoxvirus), que pode afetar humanos e outros animais e é caracterizada por sintomas como febre, dores no corpo, cansaço e lesões na pele que evoluem para pústulas e crostas.
O número de casos cresceu, no Pará, entre os anos de 2023 e 2024, segundo dados da Sespa: foram registrados 28 casos em 2023, com uma morte. Em 2024 foram registrados 58 casos e em 2025 foram registrados 12 casos até o final do mês de fevereiro (28). Nos anos de 2024 e 2025 não houve registro de mortes pela doença.
Transmissão
O Mpox é transmitido principalmente pelo contato direto com lesões cutâneas, fluidos corporais, gotículas respiratórias ou objetos contaminados, como roupas e lençóis. A transmissão pode ocorrer desde 48 horas antes do início dos sintomas até o desaparecimento completo das lesões de pele.
Embora a maioria dos casos seja leve, alguns podem ser graves, especialmente em pessoas imunossuprimidas. Portanto, é importante que as pessoas fiquem atentas aos sinais da doença e, ao perceberem qualquer sintoma, procurem atendimento médico para orientação.
Como reduzir os riscos de infecção?
Caso o paciente apresente lesões como verrugas, bolhas ou feridas na pele, boca ou região genital, ele deve buscar atendimento médico imediato e evitar aglomerações. Também é importante evitar o contato físico com desconhecidos e cobrir a pele quando estiver em locais com muitas pessoas. Limitar o número de parceiros sexuais e fazer uso de preservativo também são formas de se prevenir contra a doença.
Diagnóstico
O diagnóstico de Mpox é realizado principalmente por exames laboratoriais, sendo o teste PCR (reação em cadeia da polimerase) o mais comum. Ele é feito com amostras retiradas das lesões de pele, como o líquido das bolhas ou crostas secas.
Dada a semelhança com outras doenças, como varíola, catapora e herpes, pode ser difícil distinguir o Mpox apenas pelos sintomas. Por isso, é essencial contar com o diagnóstico de um médico infectologista, que poderá identificar corretamente a doença e recomendar o tratamento adequado.
Em casos suspeitos, é necessário evitar o contato próximo com outras pessoas até que os sintomas desapareçam. O isolamento imediato é imprescindível, assim como a não compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas e roupas de cama.
Tratamento
Não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da Mpox. A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas e prevenir sequelas a longo prazo. A pessoa deve ficar atenta à piora dos sintomas ou aumento da quantidade de bolhas e feridas no corpo, além de problemas nos olhos, como inchaço e conjuntivite.
Prevenção
A principal medida para prevenir o Mpox é evitar o contato direto com pessoas infectadas ou objetos contaminados. As principais estratégias preventivas incluem:
- Isolamento de pessoas infectadas até a recuperação total;
- Uso de máscaras, luvas e proteção ocular ao cuidar de pacientes;
- Higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel;
- Desinfecção de superfícies e roupas potencialmente contaminadas.