Campus da Ufpa de Castanhal será o primeiro a receber a programação da COP-30
Evento histórico reunirá líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais (ONGs) e representantes da sociedade civil para discutir caminhos de solução da crise climática
Em novembro de 2025, Belém será a sede da COP-30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). O campus de Castanhal será o primeiro a receber a programação da UFPA nesta segunda-feira, 10. Esse evento histórico reunirá líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais (ONGs) e representantes da sociedade civil para discutir caminhos de solução da crise climática.
Mais do que um palco global para reafirmar o papel do Brasil nas negociações climáticas, a COP-30 é uma oportunidade única de colocar as populações amazônicas no centro das discussões. Afinal, são essas populações as guardiãs da floresta e das águas, responsáveis por preservar os ecossistemas que sustentam toda a humanidade.
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Com essa visão, a UFPA, em conjunto com outras instituições de ensino e pesquisa da região e organizações da sociedade civil, lançou o movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP-30”, com o objetivo de possibilitar que os atores locais tenham uma participação ativa no processo de negociações climáticas, ampliando a visibilidade das respostas ao aquecimento global gestadas na região.
Para o reitor da UFPA, Gilmar Pereira, a Universidade Federal do Pará tem muito a contribuir. “Desejamos que a COP-30 seja não apenas a conferência da floresta, mas também um marco no reconhecimento, respeito e inclusão dos povos e comunidades mais vulneráveis”, e reforçou a importância da Amazônia no sucesso do evento, “assim colaboramos para transformar a COP-30 em um marco efetivo para a luta contra as mudanças climáticas e na promoção de um futuro sustentável para a sociobiodiversidade amazônica”.
A Universidade Federal do Pará é uma das 13 universidades federais presentes na Amazônia Legal. Juntas, essas instituições de ensino são responsáveis por mais de 70% da produção de ciência na região, e em 2023, passaram a compor o Centro Integrado da Sociobiodiversidade Amazônica (Cisam), uma iniciativa que busca impulsionar ainda mais a geração de conhecimento e interação com a sociedade.
É importante destacar, a partir desse panorama, que toda esta proeminência científica e acadêmica faz parte de um contexto que carrega as marcas dessa região. Conhecê-la e refletir sobre sua complexidade e diferentes contornos sociais, econômicos, étnicos, culturais e ambientais nos fortalece e impulsiona em direção a novos desafios. Afinal, desejamos que este território seja mais que um simples recorte geográfico no mapa do Brasil. E não é à toa! Segundo o último Censo do IBGE, em 2022, a Amazônia Legal (formada por nove estados: AC, AP, AM, MT, PA, RO, RR, TO e parte do MA) concentra mais de 51% da população indígena do país e mais de 30% dos brasileiros que se autodenominam quilombolas.
Após o lançamento do movimento, ocorrido em 05 de fevereiro, em evento que contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e de representantes de diversas instituições e movimentos sociais, os campi da UFPA, juntamente com representantes da Comissão Executiva COP-30 UFPA, iniciam rodadas de reuniões, por meio das quais ampliarão a possibilidade de participação e envolvimentos dos discentes, docentes e representantes da sociedade civil dessas localidades nas ações que serão desenvolvidas antes, durante e depois da COP-30.
A professora Izabela Janete, também da UFPA e líder da Comissão Executiva UFPA – COP 30, falou a produtividade da reunião. “Existe uma enorme diversidade de produções científicas e uma vontade de participação por parte do campus de Castanhal nesse processo de discursão e construção dos eventos pré-COP30 na UFPA. Os diferentes cursos, Pedagogia, Educação Física, Matemática e o Instituto de Medicina Veterinária - IMV, tem muito a contribuir com suas produções e projetos. Nós acreditamos que essa construção coletiva será muito potente para o nosso processo junto à UFPA. Provavelmente sairão publicações, eventos, que farão parte do movimento Ciências e Vozes da Amazônia na COP 30”, pontua a professora Izabela Jatene.
O professor Flávio Barros, também da Comissão, citou a importância do engajamento da comunidade acadêmica nas discussões envolvendo a COP 30. "O encontro da comissão executiva da UFPA para o Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30 com a comunidade universitária do campus de Castanhal e Instituto de Medicina Veteinaria foi muito produtivo, inaugurando uma série de encontros com os campi da UFPA no interior. A escuta atenta da comunidade universitária, o convite à participação e engajamento no movimento são estratégias fundamentais para uma convergência de toda a UFPA em torno da COP. E a comunidade de Castanhal respondeu de modo muito positivo ao chamado".
Nesta terça-feira, 11, os professores Izabela Janete e Flávio Barros seguirão à frente de uma reunião com a sociedade civil e os movimentos sociais de Castanhal. O evento será na Brinquedoteca, no Campus Castanhal.
Após Castanhal, o próximo campus a realizar atividades será o de Ananindeua, no dia 13 de março, próxima quinta-feira.
Serviço: Campus de Castanhal recebe diálogos sobre temas da COP-30
Quando: 10 e 11 de março
Hora: a partir das 9h
Local: Campus da UFPa em Castanhal, avenida dos Universitários s/n, bairro: Jaderlândia - Castanhal Pará.