Balanço aponta diminuição da fome no Norte e Nordeste; entenda
Informação foi destacada no Encontro Regional de Ouvidorias da Assistência Social, realizado em Belém nesta quarta-feira (9)
Norte e Nordeste foram as regiões do país que mais tiveram pessoas retiradas do mapa da fome nos últimos dois anos. O dado foi apresentado pela Ouvidora-Geral do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Eliane Pinto, em evento que segue até esta quinta-feira (10), em Belém.
Durante o Encontro Regional de Ouvidorias da Assistência Social, Eliane Pinto destacou que 33 milhões de brasileiros estão fora do mapa da fome, sendo maior parte deste número residente nos estados da região norte e nordeste do país. Para ela, trazer o encontro para Belém é um movimento estratégico, tendo em vista a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30).
“O mundo vai discutir em novembro, o mundo todo virá para cá discutir o que o desenvolvimento sustentável quer para a humanidade. Ora, desenvolvimento sustentável só pode acontecer se as pessoas não passarem fome, se as pessoas souberem e tiverem acesso à educação, à moradia, tiverem acesso e oportunidade de trabalho, de realizar os seus sonhos. Isso é desenvolvimento sustentável, incluir o homem, a mulher, os animais, as árvores, as águas. Somos parte desse ecossistema”, pontua a Ouvidora-Geral.
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No primeiro momento do Encontro, foi colocada em pauta a Ouvidoria 360 graus, um modelo de ouvidoria que atua com a tecnologia da informação e temas de transparência e integridade na gestão pública. “A Ouvidoria 360 graus é a ouvidoria que atende as pessoas de forma respeitosa, de forma célere e que traz uma resposta para o cidadão. Mesmo que seja um não, mas pessoas tem direito a essa resposta’, informa Eliana.
Outra iniciativa apresentada no evento foi a Carta de Belém. “Estamos construindo no Brasil o sistema de ouvidorias da assistência social. Para discutir, para capacitar, para fazer com que as pessoas entendam a importância da criação de uma unidade de ouvidoria na assistência social. Para isso é preciso primeiro conhecer a realidade do território, porque é no território que tudo acontece”, comenta Eliana.
Com a construção do sistema de ouvidorias, a ideia é propor capacitações e ajudar a população nos locais de trabalho. Para isso, a participação do público é essencial, para direcionar novas ações considerando o funcionamento dos municípios e as dificuldades enfrentadas no local.
Realidade da Amazônia
Maria Nilma Silva de Lima, Ouvidora-Geral do Estado do Pará, debateu sobre a realidade das ouvidorias na Amazônia. Segundo Maria, a principal dificuldade da região hoje é a geografia, que torna o acesso ao serviço restrito. Apesar do impasse, ela afirma que é possível trazer novos projetos.
“A ouvidoria não deve mais ser isolada. Um dos temas da ouvidoria do Estado do Pará é ser itinerante, para outros municípios verem a capacidade de ter ouvidorias, para agregar não só aos serviços locais, como também garantir os direitos do cidadão, como livre acesso à informação, mobilidade e transparência nos serviços públicos”, reforça.
Maria relata que o principal objetivo é acompanhar o processo e produzir um relatório geral da Amazônia, para fortalecer o papel da ouvidoria como uma fonte de informações. “A cultura amazônica, nossos rios, nossas estradas, nossos povos tradicionais, quilombolas, nossos indígenas têm espaço. A ouvidoria vai informar e ouvir o povo”.
E para o futuro, o objetivo é estender o projeto das ouvidorias. “A gente quer estender na Amazônia também para os municípios terem um suporte e acesso à informação. A informação vem com a tecnologia”, finaliza.
*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Camila Guimarães, repórter do núcleo de Atualidade de oliberal.com