Arquipélago do Marajó recebe reforço na atenção primária para beneficiar comunidades ribeirinhas
Com as novas equipes, a atenção primária à saúde (APS) no Marajó conta agora com 75 equipes de Saúde da Família
Para combater desigualdades sociais e promover o acesso universal à saúde, o Ministério da Saúde, em parceria com o Governo Federal, intensificou suas ações no Arquipélago do Marajó (PA) em 2023. Atualmente, a região conta com 63 novas equipes de saúde, incluindo 18 equipes de Saúde da Família (eSF), 11 de Saúde Bucal (eSB), 32 de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) e duas equipes Multiprofissionais (eMulti). Além disso, 39 novos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) passaram a atuar na área.
O arquipélago também recebeu recursos adicionais para financiar 71 microscopistas, 39 auxiliares ou técnicos de enfermagem e 61 profissionais de nível superior, além de 19 unidades de apoio e 55 pequenas embarcações, que facilitam a mobilidade das equipes ribeirinhas. Cada equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) é composta por, no mínimo, um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem, podendo incorporar outros serviços mediante solicitação das autoridades locais.
Com as novas equipes, a atenção primária à saúde (APS) no Marajó conta agora com 75 equipes de Saúde da Família, 50 de Saúde Bucal, 42 ribeirinhas e quatro multiprofissionais, além de 1.504 ACS. O apoio financeiro total mensal para a região é de aproximadamente R$ 9,9 milhões, o que representa um aumento de R$ 1,7 milhão em relação a dezembro de 2023.
Outro passo importante é a formação de até 200 profissionais da APS para atuar nas comunidades de campo, floresta e águas (CFA), assim como a capacitação de cerca de 500 Agentes Educadores Populares. O secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, destacou que essas iniciativas visam fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nos municípios do Marajó. “Ampliamos as equipes de saúde da família e adaptamos para o contexto ribeirinho, o que melhora o suporte às comunidades locais e aumenta a presença de profissionais nessas áreas”, afirmou.
Proenço também mencionou a chegada de médicos do programa Mais Médicos, essenciais para atender as regiões mais vulneráveis. Esses profissionais recebem suporte contínuo e supervisão para prestar cuidados de qualidade às populações locais.
Iniciativas complementares
Além das equipes de saúde, programas voltados para o bem-estar dos marajoaras, como o Bolsa Família, Programa Saúde na Escola (PSE), e ações de incentivo à alimentação saudável e à atividade física, estão sendo implementados na região.
Em abril de 2024, a Caravana Brasil Sem Fome visitou o município de Melgaço, onde foram realizadas oficinas e oferecido apoio técnico em áreas como saúde bucal e nutrição.
Programa Mais Médicos no Marajó
No contexto do programa Mais Médicos, o Marajó dispõe de 187 vagas, das quais 160 já estão preenchidas. Esses profissionais têm o papel de estabelecer vínculos com as comunidades locais, realizando visitas e acompanhando o ciclo de vida dos pacientes. O módulo de acolhimento e avaliação (MAAv), etapa inicial do programa, permite que os médicos compreendam melhor a realidade do território, especialmente nas áreas rurais e ribeirinhas. Uma nova turma iniciou a capacitação em outubro, e os médicos devem começar suas atividades até o fim do ano.
Atenção à Saúde da Mulher
Em julho de 2024, os Centros de Referência em Métodos Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração (LARCs) nas unidades da Ilha do Combu e da Santa Casa de Belém foram reabastecidos com materiais como modelos anatômicos e kits para procedimentos contraceptivos, além de receberem capacitação específica para as equipes.
Também está prevista a criação de um curso autoinstrucional com nove trilhas de aprendizado focadas na saúde da mulher, disponível para os profissionais da APS que atuam no Marajó, com o objetivo de qualificar o atendimento e promover a saúde feminina na região.