Animais silvestres passam por recuperação no Mangal das Garças, em Belém
O gavião de cauda branca, da espécie Geranoetus Albicaudatus, batizado como “Alba” é um dos animais que chegou ao local com a asa fraturada
Há anos por diversas razões, animais silvestres de diferentes espécies chegam ao Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém. Estes animais, muitas das vezes chegam machucados e no local são tratados até sua recuperação. Como é o caso do gavião de cauda branca, da espécie Geranoetus Albicaudatus, que foi batizado como “Alba”. A ave chegou ao Mangal com a asa direita fraturada e está no local há aproximadamente 1 ano.
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O médico veterinário do Parque Zoobotânico, Camilo Gonzáles, conta que Alba foi encontrado pelo Batalhão de Polícia Ambiental, na Região Metropolitana de Belém. O gavião de aproximadamente 8 anos, foi levado ao Mangal para que recebesse os cuidados necessários para sua sobrevivência.
O veterinário explica como foi feito o procedimento para cuidar da asa fraturada do gavião. “Nós fazemos uma imobilização da asa, suplementamos com cálcio, o mais importante é manter a quietude para o osso conseguir cicatrizar”. Ainda segundo ele, o serviço de recuperação de animais funciona devido a parceria do Parque com os órgãos ambientais, que são responsáveis pela parte de resgate e recuperação. “Nós auxiliamos eles, recebemos alguns animais e fazemos um processo de avaliação para ver se o animal é viável na natureza, qual seria o destino desse animal. Após isso, preparamos um plano terapêutico até a recuperação do animal”, explica.
No momento, o Mangal das Garças não está recebendo animais para tratamento, mas de 2019 a 2021, o local recebeu em torno de 200 animais por ano, devido a Região ser rica em diversidade e ao mesmo tempo esses animais terem um contato grande com o ser humano. Gonzáles conta que, além de Alba, o parque também tem outros animais que chegaram da mesma maneira, doentes, com fraturas. “Nós temos algumas corujas, uma delas passou por uma amputação de asa devido a uma ferida de linha de pipa. Outra coruja, foi derrubada por um madeireiro que cortou uma árvore onde estava o ninho e ela ficou machucada na asa e na perna. Nós também temos muitos filhotes que chegam órfãos por algum motivo e temos que continuar a criação deles até a fase adulta. Temos várias espécies de diversos bichos”, relata.
Evitando acidentes
Pessoas que brincam com pipas, estilingues, baladeiras, devem redobrar o cuidado para não machucar os animais. “A gente educa, essas aves como o Alba, servem para a gente sensibilizar as pessoas sobre isso. As vezes as pessoas utilizam esses objetos porque aprenderam com outras pessoas e não tem noção do impacto que está causando. Uma das nossas funções aqui no zoológico é essa, chegar nas pessoas, sensibilizá-las, para evitar esse tipo de prática, com baladeiras, estilingues e linhas de pipa com cerol”, diz Gonzáles.
Cuidado com os animais do Mangal
No quesito cuidado com animais dentro do Parque Zoobotânico, o indicado é conhecer o animal, não alimentar ou alimentar apenas com orientação dos profissionais. “É necessário conhecer a espécie, por exemplo, um papagaio tem a alimentação diferente de um sabiá, de uma arara. A tartaruga nasce com uma dieta e depois comem mais vegetais. É importante conhecer isso para a gente proporcionar as condições corretas a esses animais”, diz o médico.
Crime ambiental
É considerado crime com pena de detenção de 6 meses a 1 ano e multa para quem vende, exporta ou adquire, guarda, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécies da fauna silvestre, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade. Segundo Camilo Gonzales, quando alguém encontra uma pessoa vendendo animais silvestres o correto é acionar o órgão ambiental e direcionar o máximo de informações possíveis para encontrar a pessoa. Ela será presa em flagrante por crime ambiental.
O Parque Zoobotânico Mangal das Garças foi inaugurado na capital em 2005, e segue como um dos mais simbólicos e belos pontos turísticos. A variada biodiversidade do local, onde Aves, quelônios, répteis e borboletas convivem em um recanto natural de 40 mil metros quadrados cercado de lagos, vegetação típica e banhado pelo Rio Guamá, oferece um cenário que encanta conterrâneos e turistas.
Atualmente, 42 espécies de animais convivem na fauna do Mangal das Garças. O espaço é reconhecido nacionalmente pelo trabalho realizado com animais, especialmente em reprodução e reabilitação de aves. O Parque é o primeiro do Brasil a realizar a reprodução assistida do Guará, e, somente em 2023, mais de 40 espécimes desta ave nasceram no Mangal. Além disso, também foram reproduzidos e inseridos na natureza mais de 200 quelônios.
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