Alckmin critica alta nos juros e diz esperar em 2025, com mudanças no BC, algo 'mais razoável'
Em 2025, a composição do BC mudará a partir da nova presidência de Gabriel Galípolo e da posse de três novos diretores indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, criticou o novo nível da taxa Selic, que foi elevada para 12,25% nesta semana, e disse esperar que no próximo ano, a partir das mudanças no Banco Central, exista algo "mais razoável". "Então, eu espero que no próximo ano, com as mudanças aí do Banco Central, a gente tenha uma coisa mais razoável. Porque isso acaba inibindo o investimento", disse Alckmin durante agenda na Superintendência da Zona Franca de Manaus.
Em 2025, a composição do BC mudará a partir da nova presidência de Gabriel Galípolo e da posse de três novos diretores indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o BC, toda a diretoria atual, inclusive Galípolo, atual diretor de Política Monetária, votaram pela elevação da Selic em um ponto porcentual na quarta-feira, 11.
Para Alckmin, "pior ainda" se for considerado que a elevação dos juros pelo BC foi uma resposta ao ambiente fiscal, uma vez que o aumento de um ponto porcentual na taxa eleva a dívida do governo em R$ 50 bilhões. "Me parece um equívoco", afirmou.
Para o vice-presidente, há um problema no modelo atual da política monetária, que considera os preços de energia e alimentos, suscetíveis ao clima e à geopolítica. Nesse sentido, Alckmin elogiou o sistema norte-americano que, segundo ele, não leva em consideração na sua análise esses dois itens.
"Nos Estados Unidos, o Federal Reserve tem duas missões. Uma missão é emprego. E a outra é controlar a inflação. Ele não leva em consideração alimento. Alimento é clima. Não vai chover porque eu aumentei os juros. É só prejudica a economia e não resolve o problema. Não é por excesso de consumo. A mesma coisa é energia", disse o ministro.
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No dia da decisão do Copom, a elevação da Selic já havia sido alvo de uma moção crítica aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão que é presidido por Alckmin.
O posicionamento do conselho foi aprovado em reunião extraordinária e chancelado por unanimidade por representantes de 20 ministérios e de 21 entidades da sociedade civil que integram o CNDI.
"Lula está bem e trabalhando"
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, argumentou nesta sexta-feira, 13, que não existe "nenhuma razão" para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se afastar das decisões de governo neste momento, após passar por procedimento cirúrgico. Segundo Alckmin, Lula está bem e trabalhando.
"O presidente está trabalhando ... Não tem nenhuma razão para se afastar do governo. Nenhuma razão. Só não saiu do hospital, obviamente, por questão médica", disse Alckmin, pontuando que Lula deve ter alta médica nos próximos dias.
O vice-presidente lembrou também que a próxima semana é decisiva para a aprovação dos projetos de interesse do Executivo, entre eles as propostas do pacote fiscal e a regulamentação da reforma tributária.
"É uma semana importantíssima, que a gente consiga aprovar o conjunto de medidas para cumprir o arcabouço fiscal. O governo quer garantir o cumprimento do arcabouço fiscal", disse o ministro durante agenda na Superintendência da Zona Franca de Manaus.