MENU

BUSCA

Ação da UFPA visa cuidado e preservação nas áreas de mangues do Pará

Pará e Maranhão representa a maior faixa contínua de manguezais do mundo

Bruna Lima

A costa do Pará e Maranhão representa a maior faixa contínua de manguezais do mundo, conforme pontua Sury de Moura Monteiro, Vice-diretora da Faculdade de Oceanografia da Universidade Federal do Pará (Ufpa). Há dez anos, estudantes do curso de Oceanografia (UFPA) apoiada pelo Observatório da Costa Amazônica (OCA) realizam a ação “Mangue de Saberes: vivência ou sobrevivência?”. De 6 a 9 de junho os estudantes se deslocaram ao município de São Caetano de Odivelas para promoção de educação ambiental e monitoramento dos da zona costeira.

No Dia Mundial do Meio Ambiente (5), o Programa Nacional para a Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais do Brasil (ProManguezal) reconhece os manguezais como ecossistemas-chaves para a biodiversidade aquática, tanto de água doce como marinha, para o enfrentamento da mudança do clima, além de fornecerem proteção natural contra erosão costeira e eventos extremos.

Diante disso, O ProManguezal representa uma conquista para diversos povos e comunidades tradicionais que dependem dos recursos naturais para sua subsistência, segurança alimentar e manutenção dos seus modos de vida.

VEJA MAIS 

Do mangue, pescador tira sustento da família

Cerca de 5,5 mil caranguejos são devolvidos a áreas de mangue no Nordeste do Pará
Operação integra fiscalizações do período do defeso, quando multa chega a R$ 500 por crustáceo

No período de 6 a 9 de junho, foi realizada a ação “Mangue de Saberes: vivência ou sobrevivência?” pelos estudantes e Professores da faculdade de Oceanografia em parceria com o Observatório da Costa Amazônica, uma iniciativa que realiza ações de educação ambiental e monitoramento dos da zona costeira. Ela engloba aproximadamente 600 participantes de diferentes faixas etárias e em diferentes locais.

A ação foi realizada em escolas, em praças públicas e até na Ilha São Miguel, que é uma comunidade distante do município de São Caetano justamente com o objetivo abranger diferentes tipos de públicos, e principalmente, diferentes usuários do manguezal.

" A gente entende que o município de São Caetano de Odivelas é voltado muito para o extrativismo do caranguejo, então ele tem o mangue como uma das principais fontes de renda, se sustento e de subsistência para a população dessa região. Então é imprescindível que ações como essa como a do Mangue dos Saberes seja realizada de forma contínua e ininterrupta não somente em São Caetano, mas em toda a costa do Pará", pontua Sury de Moura Monteiro.

Ela destaca ainda sobre a importância de preservar e proteger esses ambientes para a sobrevivência de todos, pois o mangue tem uma característica muito robusta de proteção da linha de costa de sustento. "Todos nós adoramos nos alimentar de peixe, caranguejo que são proteínas retiradas dessa área de manguezal e o manguezal da nossa região é um dos maiores berçários do mundo, é onde as principais espécies de pescado se reproduzem. Então é imprescindível que haja a preservação e o cuidado", acrescenta.

A Vice-diretora da Faculdade de Oceanografia da Universidade Federal do Pará (Ufpa) explica que existe uma lista robusta de problemáticas. A primeira é a questão das mudanças climáticas, que enfrenta de forma urgente e promove uma sensibilização. Outro problema nessas áreas costeiras é o extrativismo, mas não o extrativismo promovido pelas comunidades tradicionais, pois isso ocorre a partir de um conhecimento ancestral, respeitando os limites do ambiente, mas aquelas atividades que atuam na sobrepesca, na exploração desenfreada dos recursos pesqueiros e, principalmente, utilizando alguns equipamentos não adequados para a região.

Outro problema identificado pelos estudos da universidade é o uso e ocupação de alguns ambientes de mangue. Principalmente a partir de uma visão de especulação imobiliária e, consequentemente, quando essas áreas são ocupadas.

Para Sury de Moura Monteiro, é extremamente importante que essa região receba um olhar atento de todos os atores sociais, seja da comunidade tradicional que mora ou que usa essas áreas de manguezais, seja das instituições de ensino e pesquisa,ou das organizações não- governamentais do terceiro setor, das iniciativas privadas. "mas sobretudo ela precisa ser olhada pelo poder público e ser preservada, receber investimento robusto para que sejam feitas ações de educação, fiscalização e capacitação, principalmente, dos usuários dessas áreas", destaca Sury Monteiro.

Pará