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Novo salário mínimo deve inserir meio bilhão no Pará em 2019

Famílias pretendem reforçar a alimentação com reajuste do salário em janeiro

Elisa Vaz/Redação Integrada

Desde o dia 1º de janeiro, passou a vigorar o novo salário mínimo, de R$ 998 - aumento de R$ 44, ou 4,61% em relação ao valor antigo, que era de R$ 954. Com esse reajuste, devem ser movimentados, somente no Estado do Pará, cerca de R$ 500 milhões ao longo deste ano, já contando com o décimo terceiro salário. Isso porque o número de pessoas que recebem o mínimo como remuneração mensal é de 1,4 milhão. Já na região Norte, os cálculos indicam entrada de quase R$ 1 bilhão na economia em 2019, alcançando, aproximadamente, 2,7 milhões de pessoas que ganham este salário. O levantamento foi realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Conforme explicado pelo economista Nélio Bordalo, os R$ 44 extras no bolso dos paraenses não deve trazer alívio financeiro significativo para as famílias que têm esse piso como remuneração. Mas, em sua opinião, a tendência é de que o adicional seja direcionado, principalmente, ao setor alimentício. "Provavelmente, as famílias vão usar esse dinheiro extra na compra de alimentos, porque é o item mais básico, necessário no orçamento. Não dá para fazer muita coisa com o valor. Para as pessoas que possuem renda acima de dois salários mínimos, da mesma forma, a tendência também será utilizar os recursos adicionais para a alimentação", destacou o especialista.

É o caso do empresário Paul Marcel, proprietário de um espaço que engloba arena de futebol, lava a jato e uma cozinha. No total, são 12 funcionários que vão passar a receber mais a partir do primeiro pagamento do ano, que deve ser feito até o quinto dia útil de fevereiro. Ele contou que, com o reajuste do mínimo, as despesas com funcionários crescem R$ 528 por mês e R$ 6.864 ao ano, já incluso o décimo terceiro. A estratégia para compensar os novos gastos será investir na cozinha, criando novas formas de vender em grande quantidade.

"Aumentou apenas R$ 44 por pessoa, não é muito, mas acaba impactando no nosso custo. O que estamos fazendo desde já é uma adequação do cardápio que oferecemos. Vamos tentar vender mais, para ganhar mais e compensar essa diferença", adiantou. Na opinião de Paul, essa medida será suficiente para manter o negócio em bom funcionamento.

Outra pessoa que vai investir em alimentação é a empregada doméstica Maria do Socorro. Apesar de não ser um reajuste grande, ela vai poder gastar um pouco mais com a alimentação do filho. "Eu esperava que o salário mínimo passasse dos mil reais, mas, infelizmente, não aconteceu. Com esses R$ 44, vou poder comprar mais algumas coisinhas para casa, de alimentos mesmo. Meu filho gosta de biscoitos, cereais, frutas", disse.

O Liberal