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Novo álbum de Dona Onete "Rebujo" tem até brega

A rainha do pitiú lançará novo álbum no próximo dia 25 na Lambateria

João Paulo Jussara*
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Prestes a completar 80 anos e com a vitalidade de quem conquistou o mundo após o sucesso de "Banzeiro" (2016), Dona Onete, mais uma vez, exporta ao resto do planeta a nata da cultura paraense em seu novo trabalho, o álbum "Rebujo". O lançamento oficial do terceiro disco da rainha do carimbó chamegado será realizado no próximo dia 25, em show especial de aniversário da Lambateria, às 21h, no Porto Music, em Belém. A festa contará ainda com shows de Félix Robatto e Seu Conjunto e os DJs Rebarbada e Zek Picoteiro.

“Rebujo” é matéria que está nas profundezas dos rios, misturada, amorfa, diversa e que vêm à superfície com efervescência. Ebulição. Remexendo tudo. E assim vieram à tona as 11 músicas que compõem o disco, todas do âmago de Dona Onete. Partes indissociáveis do seu corpo, da sua alma, da sua história. "Apesar de não saber nadar, eu conheço todo o estilo das marés. Como cabocla do interior, a gente conhece tudo", explica.

Cada música do álbum tem variações de ritmos conduzidas pela bateria e coloridas pela percussão. A presença do contrabaixo bem marcado lembra o modo como os carimbós eram gravados nos anos 70. Guitarras distorcidas floreiam algumas músicas. Nas letras, a força e a poesia imagética de Onete estão impregnadas do Ver-o-Peso, dos animais e plantas da floresta amazônica, do linguajar caboclo, de diversos tons de pele. 

Dona Onete inaugura um novo caminho na tradição que ela mesma inventou. Atira para todos os lados, mas em uma única direção: a cultura paraense. Uma explosão de ritmos que estavam escondidos dentro dela foram descortinados. Inconformada por chegar aos 80, Onete nasceu de novo, mais pop, mais popular. Ela é o próprio rebujo. "Eu falo da cultura do Pará, do nosso folclore e nossos costumes. A cultura paraense estava muito no interior, e eu resolvi trazer essa cultura pra cidade, pra capital, e agora vou levar pro resto do mundo", afirma, orgulhosa.

“Mexe Mexe”, faixa que abre o álbum, é um banguê com uma pegada funk e maculelê. “Vem Chamegar” é uma cumbia cabocla. “Ação e Reação” era um bolero que virou um brega, o primeiro gravado por Dona Onete. Há ainda o samba “Musa da Babilônia”, inspirado numa cena do Rio de Janeiro e que contou com participação luxuosa do rapper carioca Bnegão, vocalista da banda Planet Hemp. "Se os outros discos já eram malucos, com tiquiti, com banzeiro, e tudo aquilo, esse é ainda mais", garante a artista.

A produção musical é de Pio Lobato (guitarra e banjo), JP Cavalcante (percussão), Vovô Batera e Geraldinho Magalhães, que também assina a direção artística. A produção executiva ficou a cargo de Marcel Arede e Viviane Chaves. Marcos Sarrazin, sopros e teclado, e Breno Oliveira, contrabaixo, completam o time de notáveis que materializam as viagens musicais de Onete.

Para o lançamento, a cantora faz show no Cine Joia, em São Paulo, no dia 07 de junho. Já no Rio de Janeiro, a apresentação será no Circo Voador no dia 08 de junho. Há ainda datas confirmadas para shows em vários países da Europa e América Latina. Em Belém, Dona Onete faz uma noite especial no Porto Music, no dia 25 de maio. "Vai ser uma festa linda. Dona Onete está cutucando a onça com vara curta. Não vou me aquietar", finaliza.

*Estagiário sob a supervisão de Marly Quadros

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