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Venezuela: entenda o que está acontecendo no país vizinho após acordo de governo e oposição

Suspensão de sanções dos Estados Unidos e diálogo político marcam movimentada semana

O Liberal

A Venezuela foi palco de acontecimentos nos últimos dias que até pouco tempo seriam impensáveis, com a suspensão parcial das sanções petroleiras dos Estados Unidos e uma aproximação entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição. O acordo resultante desse diálogo e a possível observação internacional abrem caminho para as eleições presidenciais previstas para o segundo semestre de 2024.

A suspensão das sanções petroleiras pelos Estados Unidos, que estavam em vigor por quase quatro anos, permitirá que a Venezuela exporte petróleo bruto, gás e ouro por seis meses, com a possibilidade de prorrogação. Embora isso represente uma oportunidade para o governo de Maduro arrecadar receita, especialistas alertam que o impacto será menor devido à capacidade de produção limitada do país.

A economia venezuelana enfrenta uma crise há uma década, com uma queda de 80% no PIB e a maioria da população vivendo na pobreza. A flexibilização das sanções também está relacionada à pressão sobre o petróleo bruto devido a tensões no Oriente Médio.

O acordo político, assinado em Barbados, ocorreu pouco antes das primárias da oposição, onde será escolhido o adversário de Maduro nas eleições presidenciais de 2024. No entanto, uma cláusula do acordo que exige o respeito às primárias é vista com cautela, especialmente devido à inabilitação de figuras políticas proeminentes, como María Corina Machado.

Acordo com EUA prevê libertação de presos políticos

O governo dos EUA condicionou a suspensão das sanções a compromissos, incluindo a habilitação acelerada de candidatos e a libertação de presos políticos. Recentemente, cinco políticos presos foram libertados, embora ativistas apontem que essas ações possam ser usadas como moeda de troca. Até então, havia 273 presos políticos no país.

Além disso, o governo dos EUA e a ONU buscam uma relação de cooperação com a Venezuela. Isso envolve questões energéticas e o acordo para permitir a deportação de imigrantes venezuelanos em voos diretos para os Estados Unidos. O tema migratório é sensível para o presidente Joe Biden, que busca a reeleição em 2024. Para facilitar o diálogo, as Nações Unidas anunciaram a criação de um fundo fiduciário com recursos venezuelanos congelados no exterior, destinado a programas sociais. Esse fundo havia sido um obstáculo nas negociações e agora promete impulsionar a cooperação entre as partes.

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