Sobe para 5 o número de mortos em atropelamento em mercado de Natal na Alemanha
A polícia anunciou a detenção de um psiquiatra saudita de 50 anos no local do crime, ao lado do veículo utilizado para atropelar a multidão, mas as possíveis motivações do suposto autor não foram determinadas
Cinco pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas no atropelamento da noite de sexta-feira em um mercado de Natal em Magdeburgo, Alemanha, uma "catástrofe" à qual o chanceler Olaf Scholz prometeu responder com ações "contra aqueles que querem semear o ódio". A polícia anunciou a detenção de um psiquiatra saudita de 50 anos no local do crime, ao lado do veículo utilizado para atropelar a multidão, mas as possíveis motivações do suposto autor não foram determinadas.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse à imprensa em Magdeburgo que "a única coisa" que pode confirmar é que o suspeito é "islamofóbico". O chefe do governo regional da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff, atualizou neste sábado o balanço do atropelamento, que subiu de dois para cinco mortos, além de mais de 200 feridos.
"Perdemos cinco vidas. E há mais de 200 feridos, vários em estado grave e muito grave. É uma dimensão que nenhum de nós pode imaginar", declarou Haseloff ao lado do chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz.
O balanço pode aumentar porque 40 feridos estão em condição crítica. Scholz visitou Magdeburgo e depositou flores na entrada de uma igreja que fica diante do mercado de Natal.
O chanceler, do Partido Social-Democrata (SPD), prometeu atuar "contra aqueles que querem semear o ódio" após o ataque no período de Natal, que recorda o atentado extremista de 2016 contra um mercado natalino em Berlim, no qual morreram 12 pessoas.
O chefe de Governo fez um apelo de unidade nacional em plena campanha para as eleições antecipadas de fevereiro, um pleito marcado pelo debate sobre migração e segurança.
"É importante que permaneçamos unidos como país e que conversemos entre nós", declarou Scholz. O chanceler visitou o local da tragédia para prestar homenagem às vítimas, às equipes de emergência e às forças de segurança que prenderam o suspeito.
A investigação não esclareceu as possíveis motivações do suposto autor, mas parece ter descartado a hipótese de um atentado islamista.
Luto e indignação
A imprensa local identificou o suspeito como Taleb A. e informou que o médico morava na Alemanha desde 2006, com permissão de residência permanente.
Também afirma que o suspeito trabalhou como ativista a favor dos direitos das mulheres sauditas, que se descreveu como "ateu" e que defende opiniões de extrema direita próximas às ideias do partido Alternativa para a Alemanha (AfD). Em uma ocasião, ele declarou que se considerava perseguido por denunciar os "perigos" da islamização da Alemanha.
O jornal Bild informou que a análise preliminar de drogas de sexta-feira apresentou resultado positivo. O luto e a indignação provocadas pelo ataque reforçaram o debate sobre a migração.
"Quando esta loucura vai acabar?", questionou na rede social X Alice Weidel, copresidente da AfD, legenda que aparece em segundo lugar nas pesquisas para as eleições legislativas. Michael Raarig, engenheiro de 67 anos, declarou à AFP que estava "triste e chocado".
"Nunca pensei que isto poderia acontecer em uma cidade de uma província do leste da Alemanha", disse. Ele acredita que o ataque "vai favorecer a AfD", que registra seu maior apoio nas áreas do país que integravam a ex-Alemanha Oriental.