Peste suína africana se espalha perto de fronteiras e ameaça Alemanha, diz OIE
Doença mortal já devastou criações na China, maior produtora mundial de carne de porco
A Polônia registrou no mês passado 55 surtos de peste suína africana em javalis selvagens nas proximidades da fronteira com a Alemanha, informou nesta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), em sinalização de que o vírus está se espalhando perto de uma das maiores exportadoras de carne suína da União Europeia.
Um relatório publicado no site da OIE mostrou que a doença mortal - que já devastou criações na China, maior produtora mundial de carne de porco - foi detectada em uma vila a menos de 30 quilômetros da Alemanha.
A peste suína africana é inofensiva para humanos, mas fatal para javalis e porcos. A doença, que teve origem justamente na África e se espalhou por Europa e Ásia, já matou centenas de milhões de porcos, redesenhando os mercados globais de carnes.
O governo alemão havia anunciado no início de dezembro, após a detecção de um caso na Polônia, que intensificou medidas para evitar um surto de peste suína no país.
A maior parte dos surtos reportados pelo Ministério da Agricultura polonês à OIE foi descoberta entre 4 de dezembro e 23 de dezembro em vilas fronteiriças nos Estados de Lubuskie e Wielkopolskie, a distâncias de 75 km a 100 km da Alemanha.
Há temores na Alemanha de que as exportações de carne suína do país para a China e outras nações asiáticas sejam ameaçadas, uma vez que proibições são regularmente impostas às carnes de regiões onde a peste suína africana foi detectada.
Autoridades de Estados alemães que fazem fronteira com a Polônia chegaram a construir cercas, em tentativas de impedir que javalis avancem para o país e espalhem o vírus.
O Estado da Saxônia afirmou nesta semana que está construindo uma cerca elétrica de 4,5 km em torno de uma área de risco, próxima à fronteira com a Polônia.