Papa pede que 'mentalidade machista' seja 'superada' dentro da Igreja
Desde a eleição de Francisco em 2013, a proporção de mulheres que ocupam cargos na Santa Sé e na administração do Estado vaticano aumentou de 19,2% para 23,4%
O papa Francisco pediu, nesta quarta-feira (22), que a “mentalidade machista” seja “superada” dentro da Igreja, solicitando que mais cargos de responsabilidade sejam atribuídos às freiras e que elas deixem de ser tratadas como “empregadas”.
“Frequentemente se denuncia que não há freiras suficientes em cargos de responsabilidade, nas dioceses, na Cúria [considerada o governo do Vaticano] e nas universidades, e isso é verdade”, reconheceu o papa ao receber representantes da fundação americana Conrad Hilton, que luta contra a pobreza.
No domingo, Francisco anunciou que uma mulher, Raffaella Petrini, irá dirigir a partir de março o Governo do Estado da Cidade do Vaticano, o órgão responsável pelas funções administrativas da Santa Sé.
VEJA MAIS
“Investiu-se pouco nisso, muito menos do que na formação do clero, é verdade”, afirmou o líder dos cerca de 1,4 bilhão de católicos no mundo, lembrando que “desde o dia do Jardim do Éden, quem manda são elas”.
Ainda neste mês de janeiro, Francisco nomeou pela primeira vez na história da Igreja uma freira, Simona Brambilla, para dirigir um dos “ministérios” do Vaticano.
Trata-se do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, responsável pelas ordens e congregações religiosas.
Desde a eleição de Francisco em 2013, a proporção de mulheres que ocupam cargos na Santa Sé e na administração do Estado vaticano aumentou de 19,2% para 23,4%.
O papa também lembrou nesta quarta-feira que “a missão das irmãs é servir aos mais desfavorecidos e não ser empregadas de ninguém”.
A Igreja tem sido criticada pelo papel das freiras empregadas no Vaticano e em outros lugares do mundo, já que frequentemente cozinham e realizam serviços de limpeza para sacerdotes, bispos e cardeais.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA