Nova maré alta atinge a cidade de Veneza
Praça São Marcos, localizada em seu centro, ficou submersa e fechada para os turistas
Veneza foi inundada por níveis de água excepcionalmente altos nesta sexta-feira (15), poucos dias depois de sofrer sua pior enchente em mais de 50 anos.
A Praça São Marcos, localizada em seu centro, ficou submersa e fechada para os turistas, e lojas e hotéis voltaram a ser invadidos pelas águas elevadas, trazendo novos transtornos para a cidade frágil.
Autoridades locais disseram que a maré alta chegou a 154 centímetros, cifra um pouco abaixo das expectativas e significativamente inferior aos 187 centímetros de terça-feira – a segunda maré mais alta já registrada em Veneza.
Mas foi o que bastou para deixar 70% da cidade debaixo de água e abalar os moradores, que enfrentarão mais uma operação de limpeza de larga escala.
"Estamos nesta emergência há dias e simplesmente não aguentamos mais", disse o veneziano Nava Naccara.
O governo italiano declarou um estado de emergência em Veneza na quinta-feira, alocando 20 milhões de euros para tratar dos danos imediatos.
O prefeito Luigi Brugnaro previu nesta sexta-feira que os custos serão imensamente maiores.
"Veneza foi destruída outro dia. Estamos falando de danos totalizando um bilhão de euros", disse Brugnaro em um vídeo publicado no Twitter. "Isto é um estado de emergência, mas estamos administrando-o."
Sirenes soaram em toda Veneza já nas primeiras horas do dia, alertando para a maré alta iminente, e a cripta debaixo da Basílica de São Marcos foi inundada rapidamente.
Após a elevação das águas desta sexta-feira, meteorologistas previram marés de até 110-120 centímetros durante o final de semana. Em condições normais, marés de 80-90 centímetros são vistas como altas, mas administráveis.
O prefeito culpou a mudança climática pelas inundações crescentes que a cidade teve que enfrentar nos últimos anos. Estimou-se que o nível médio do mar está mais de 20 centímetros acima do que era um século atrás e que deve se elevar ainda mais.
Grupos de voluntários e estudantes chegaram ao centro da cidade para ajudar com a limpeza dos pontos comerciais, e as escolas continuaram fechadas, como passaram a maior parte da semana.
Na livraria mundialmente famosa Acqua Alta, funcionários tentavam secar milhares de livros e gravuras danificados pela água, que normalmente são mantidos em barcos, banheiras e latas de plástico.
Uma barreira anti-inundação concebida para proteger Veneza das marés altas não deve começar a funcionar antes do final de 2021, já que o projeto vem sendo assolado pelos tipos de problemas que se tornaram característicos de grandes programas de infraestrutura da Itália: corrupção, custos estourados e adiamento prolongados.
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