Mulheres são mais propensas a trombose ao tomar anticoncepcional do que a vacina Oxford-AstraZeneca
Descobertas da OMS mostram que não há evidências de uma ligação do imunizante com a coagulação do sangue
Mulheres têm uma probabilidade bem maior de desenvolver coágulos sanguíneos, a trombose, ao tomar pílula anticoncepcional do que ao se vacinar com a Oxford-AstraZeneca, garantem especialistas médicos.
Catorze países na Europa - incluindo França, Alemanha, Itália e Espanha - suspenderam o uso do imunizante da Oxford nesta semana, devido a temores não comprovados de que aumentaria o risco de trombose ou embolia pulmonar. No Brasil, o imunizante é desenvolvido em parceria com a Fiocruz e, até agora, não houve casos de trombose associados à vacina.
Cientistas temem que as medidas da Europa possam agora alimentar "um sentimento antivacina mais extremo", apesar de as descobertas da UE, do Reino Unido, da OMS e da AstraZeneca de que não há evidências de uma ligação com os coágulos sanguíneos esporádicos.
O médico Paul Ettlinger, clínico geral do The London General Practice, apontou que as pílulas anticoncepcionais tomadas por milhões de mulheres representam um risco muito maior de coágulos sanguíneos. Ele acusou os governos de “alarmismo” e disse que não havia evidência de que a vacina aumentava o risco.
Enquanto 37 pessoas em 17 milhões de inoculações na UE e no Reino Unido relataram coágulos sanguíneos, as mulheres que tomam certos tipos de pílula anticoncepcional enfrentam probabilidades muito maiores a cada ano.
Uma em cada 1.600 pessoas que tomam anticoncepcionais hormonais combinados sofrerá de coágulos sanguíneos, em comparação com apenas uma em 459.000 das pessoas que tomam a vacina Oxford, caso os problemas de coágulos sejam comprovados como consequência da vacina.