Moedas jogadas na Fontana di Trevi somam mais de 1,5 milhão de euros
Agora, uma disputa judicial vai determinar se o dinheiro fica com a Igreja ou com a prefeitura
Todos os dias, praticamente a qualquer hora, um turista em Roma atira uma moeda nas águas da Fontana di Trevi. A maioria deles faz como diz a tradição: de costas para o monumento, com os olhos fechados e fazendo um desejo. Alguns pedem para voltar à Cidade Eterna, outros para encontrar o amor e muitos por qualquer outra coisa banal. Comum a todos, no entanto, está a produção de uma fortuna coletiva e submersa. O tesouro é destinado à Caritas — rede de organizações humanitárias da Igreja Católica — que desde 2001 investe em obras de caridade. Os recursos ainda terão esse destino até o fim de 2018, mas a Prefeitura da Cidade de Roma planeja alocar o dinheiro para outros propósitos.
Quando passa a maré de turistas e curiosos, na madrugada, um grupo de servidores da prefeitura recolhe as moedas com um aspirador. Em 2016, segundo o último relatório da Caritas, foram arrecadados quase um milhão e meio de euros. O uso que será dado às próximas coletas, no entanto, ainda é incerto. Desde outubro passado, a Câmara Municipal e o órgão de caridade da Conferência Episcopal Italiana debatem a questão. Anteriormente, a prefeitura tinha decidido que o dia 1º de abril marcaria o fim do acordo histórico e o dinheiro seria usado diretamente pela Igreja para "financiar projetos de assistência e solidariedade".
Na última quarta-feira, a apenas três dias do prazo, a prefeita de Roma, Virginia Raggi, deu um passo para trás e estendeu in extremis o acordo com a organização até o final deste ano. Enquanto isso, um grupo de trabalho estudará o que fazer e como distribuir o tesouro da fonte. Atualmente, a Caritas e a Igreja estão fazendo reuniões para encontrar uma solução.
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