Milei abre maior banco da Argentina ao capital privado

A privatização do banco já havia sido rejeitada pelo Congresso

Agence France-Presse (AFP)

O presidente da Argentina, Javier Milei, decretou a transformação em sociedade anônima do Banco de la Nación, a maior instituição bancária do país, cuja privatização havia sido rejeitada pelo Congresso, de acordo com medida publicada no diário oficial nesta quinta-feira (20). 

"A transformação do Banco de la Nación Argentina em uma sociedade anônima contribuirá para a modernização de sua estrutura jurídica e operacional, permitindo maior flexibilidade em sua gestão e adaptação às melhores práticas do mercado financeiro", disse Milei no decreto.

O governo incluiu o Banco de la Nación em uma lista de empresas estatais sujeitas à privatização quando impulsionou um mega-pacote de leis ao Congresso, mas o Parlamento se opôs, excluindo-o. 

No entanto, a mesma lei deu a Milei poderes extraordinários para declarar emergência econômica, financeira, energética e administrativa pelo período de um ano. 

Sindicatos bancários rejeitaram o decreto e enfatizaram que é "contraditório querer vender o que funciona, a menos que o único objetivo seja uma negociação espúria e uma nova fraude", em referência ao escândalo envolvendo o presidente por ter apoiado, em suas redes sociais, o lançamento de uma criptomoeda que se revelou um golpe. 

O episódio levou a denúncias nos tribunais e reações da oposição pedindo seu impeachment. 

Dados oficiais divulgados pelo banco corroboram os bons números da entidade financeira argentina.

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Em 2024, os desembolsos da instituição "tiveram um crescimento extraordinário de mais de 600%", disse o banco no final de janeiro, observando que tem "a melhor taxa de cobrança da história recente".

Como resultado, a entidade financeira "aumentou sua participação de mercado em mais de 600 pontos, chegando a 17,5% do total", declarou, "reafirmando sua liderança no sistema financeiro em qualquer medida: ativos, depósitos, empréstimos e patrimônio". 

De acordo com o decreto, os acionistas serão o Estado argentino, que deterá 99,9% do capital social do banco "e exercerá todos os seus direitos através do Ministério da Economia", e a Fundação Banco de la Nación, com 0,1% das ações. 

O sindicato La Bancaria enfatizou que o Banco de la Nación "tem os melhores números de lucratividade do sistema financeiro, concentra o maior número de clientes, depósitos, créditos e assistência a empresas e indivíduos" e acrescentou que se declarou em "estado de alerta e mobilização" contra o decreto presidencial.

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