México buscará outros parceiros comerciais caso tarifas dos EUA sejam mantidas
O governo mexicano afirmou que irá esperar até domingo para anunciar as medidas que tomará em resposta às tarifas
O governo do México se mostrou aberto nesta quarta-feira (5) a buscar outros parceiros comerciais caso as tarifas de 25% impostas pelo presidente americano, Donald Trump, às exportações mexicanas sejam mantidas.
Em coletiva de imprensa, a presidente Claudia Sheinbaum disse que se as tarifas permanecerem, seu governo terá que "tomar decisões importantes para o futuro do país", incluindo "se for necessário, outros parceiros comerciais".
A mandatária disse que seu governo não encerrou o diálogo com os Estados Unidos, seu maior parceiro comercial e destino de mais de 80% de suas exportações.
“Fizemos nossa lição de casa e não estamos fechando as portas para o diálogo, longe disso, porque elas sempre precisam estar abertas”, disse Sheinbaum, que conversará com Trump por telefone na quinta-feira.
Sheinbaum reiterou que seu governo irá esperar até domingo para anunciar as medidas que tomará em resposta às tarifas.
"Disse que havia plano A, plano B, plano C, plano D e, sim, há", acrescentou. "Vamos esperar o que acontece daqui até domingo".
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Após a imposição das tarifas ao México, Sheinbaum disse que seu governo elenca medidas "tarifárias e não tarifárias" em represália, mas que as anunciaria em um evento no domingo no Zócalo da Cidade do México, a maior praça pública do país.
Analistas interpretaram a decisão como uma estratégia para se chegar a um acordo de último minuto com Trump.
A decisão de Trump de impor tarifas ao México ocorreu depois de uma pausa de um mês na qual o governo de Sheinbaum enviou 10.000 militares à fronteira para frear o tráfico de drogas para os Estados Unidos.
Nesse período também foram realizadas reuniões de funcionários das áreas do comércio e segurança com seus contrapartes americanos.
Além disso, o governo mexicano enviou aos Estados Unidos 29 narcotraficantes, entre eles, Rafael Caro Quintero, chamado o "Narco de Narcos", a quem autoridades americanas requeriam pelo assassinato do agente do DEA Enrique "Kiki" Camarena.