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Líderes europeus se reúnem em Paris para enfrentar as políticas dos EUA sobre a Ucrânia

Cúpula em Paris foi organizada de última hora após ligação telefônica entre os presidentes Donald Trump, dos EUA, e Vladimir Putin, da Rússia

Cécile FEUILLATRE e Valérie LEROUX / AFP

Líderes da União Europeia e da Otan se reúnem em Paris nesta segunda-feira (17.02) para discutir a mudança na política dos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia e delinear uma resposta comum para a segurança do Velho Continente. O Reino Unido afirmou no domingo que está pronto para enviar tropas para garantir a segurança da Ucrânia, invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

A Suécia disse nesta segunda-feira que "não descarta" o envio de forças de paz para a ex-república soviética, depois que uma "paz justa e duradoura" for negociada. 

O encontro na capital francesa acontece após uma ligação telefônica na quarta-feira entre o presidente americano, Donald Trump, e seu homólogo russo Vladimir Putin. Eles discutiram o futuro da Ucrânia e concordaram em iniciar negociações diretas de cessar-fogo em uma reunião na Arábia Saudita. 

Trump disse no domingo que pode se encontrar com Putin "muito em breve", e o Kremlin afirmou nesta segunda-feira que há uma reunião entre autoridades russas e americanas planejada para terça-feira em Riad. A reunião terá como objetivo "restaurar" as relações entre Moscou e Washington e abordar "possíveis negociações sobre a Ucrânia", disse a Presidência russa. 

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Tanto as potências europeias quanto Kiev temem ser marginalizadas nas negociações para encerrar o conflito. O contato entre os dois líderes foi, de fato, um dos principais temas da Conferência de Segurança realizada no fim de semana em Munique. Durante a reunião, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance também manteve um discurso hostil em relação aos aliados europeus. 

A cúpula em Paris, organizada de última hora pelo presidente francês Emmanuel Macron, contará com a presença dos chefes de Governo da Alemanha, Reino Unido, Itália, Polônia, Espanha, Países Baixos e Dinamarca. O presidente do Conselho Europeu, a presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da Otan também estarão presentes.

"Segurança coletiva"

"Acreditamos que, como resultado da aceleração da questão ucraniana e do que os líderes americanos estão dizendo, nós, europeus, precisamos fazer mais, melhor e de forma mais coerente pela nossa segurança coletiva", enfatizou um dos assessores de Macron no domingo. 

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, justificou nesta segunda-feira a necessidade de convocar esta reunião. 

"É bastante legítimo que, diante desta nova situação (...), nós, europeus, nos reunamos, reflitamos e depois tomemos uma série de decisões, porque tudo isso afeta a nossa segurança e também os valores europeus", disse. 

Em Munique, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky pressionou os aliados europeus a fortalecerem sua unidade e os instou a criar um exército europeu. "Decisões sobre a Ucrânia não podem ser tomadas sem a Ucrânia, assim como decisões sobre a Europa não podem ser tomadas sem a Europa. A Europa deve ter um lugar na mesa" de negociações, insistiu. 

O chanceler alemão Olaf Scholz concordou no domingo que as negociações sobre a Ucrânia "não podem funcionar" sem os europeus. "Não haverá garantias de segurança" para a Ucrânia "que nós mesmos não tenhamos criado e aceitado", enfatizou.

Os países europeus temem que Putin possa insistir nas exigências que fez antes da invasão da Ucrânia em 2022. As demandas incluíam limitar as forças da Otan na Europa Oriental e o envolvimento dos Estados Unidos no continente.

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