Israel recua parcialmente de Gaza enquanto violência deixa dezenas de mortos
Ataques aéreos e movimentação de tropas intensificam crise humanitária no enclave palestino
Ataques militares israelenses na Faixa de Gaza resultaram na morte de pelo menos 40 palestinos durante a noite, com grande parte das vítimas concentradas no campo de refugiados de Nuseirat, no centro do enclave, informaram médicos nesta sexta-feira (12). O recuo de alguns tanques israelenses da área invadida trouxe alívio parcial, mas a violência continua.
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De acordo com profissionais de saúde locais, 19 corpos foram recuperados ao norte de Nuseirat, um dos oito campos de refugiados históricos da região. Mais tarde, um ataque aéreo israelense atingiu uma casa em Beit Lahiya, no norte de Gaza, matando pelo menos 10 pessoas. Outras vítimas foram registradas nas regiões norte e sul do território.
Enquanto os militares israelenses não emitiram novas declarações nesta sexta-feira, na quinta-feira haviam informado que continuavam "atacando alvos terroristas como parte da atividade operacional na Faixa de Gaza". Alguns tanques permanecem ativos na área oeste de Nuseirat, impedindo que equipes do Serviço de Emergência Civil Palestino atendam moradores presos em suas casas.
Prisioneiros libertados relatam maus-tratos
Nesta sexta-feira, cerca de 30 palestinos, detidos durante a ofensiva israelense, foram libertados e encaminhados a um hospital no sul de Gaza para exames médicos. Muitos relataram maus-tratos e tortura nas prisões israelenses, alegações negadas por Israel.
Cessar-fogo com Hezbollah não alivia tensões em Gaza
Enquanto as negociações por um cessar-fogo em Gaza permanecem paralisadas, um acordo recente entre Israel e o Hezbollah, aliado do Hamas no Líbano, entrou em vigor na quarta-feira, reduzindo as hostilidades na região. No entanto, a situação em Gaza segue crítica.
A ofensiva israelense em Gaza já deixou cerca de 44.300 mortos e deslocou quase toda a população do enclave ao menos uma vez, segundo autoridades locais. A infraestrutura da região está devastada, com amplas áreas em ruínas.
Do lado israelense, o ataque inicial de militantes liderados pelo Hamas contra comunidades do sul de Israel, há 13 meses, resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de mais de 250 reféns, segundo o governo israelense. A guerra continua a agravar a crise humanitária e a intensificar tensões regionais.