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Indígenas do Equador detêm policiais para exigir corpo de líder morto por Covid-19, diz ministra

Os indígenas querem o corpo de seu líder em troca dos dois policiais e da funcionária do governo de Pastaza para que seja realizado o enterro conforme suas tradições e em seu território

Reuters

O governo do Equador disse nesta sexta-feira que dois policiais e uma servidora pública foram detidos por indígenas de uma comunidade amazônica do país para exigir a devolução do corpo de um de seus membros, que morreu por conta do coronavírus. 

Os indígenas da comunidade shuar kumay, localizada na província amazônica de Pastaza, detiveram as três pessoas na tarde de quinta-feira como parte de um protesto para que as autoridades devolvam o corpo de um de seus líderes, que morreu em um hospital no final de maio. 

A ministra equatoriana do Interior, María Paula Romo, disse em sua conta no Twitter que o indígena "morto por Covid-19" foi enterrado na cidade amazônica de Mera, de acordo com os protocolos internacionais para manejo de corpos na pandemia, e classificou as detenções como um sequestro.

"Os policiais não podem ser considerados moeda de troca nessa ou em nenhuma outra circunstância", acrescentou Romo. 

"O sequestro é um crime", disse a ministra, que publicou fotografias dos três funcionários sentados usando máscaras que cobriam suas bocas no meio de membros da comunidade, alguns deles portando suas lanças típicas. Ela responsabilizou os líderes pela integridade dos funcionários. 

Os indígenas querem o corpo de seu líder em troca dos dois policiais e da funcionária do governo de Pastaza para que seja realizado o enterro conforme suas tradições e em seu território, e garantem que a morte não foi por coronavírus, segundo o advogado da comunidade, Marcos Espinoza.

"É uma violação dos direitos coletivos e culturais e estamos pleiteando uma ação para que um juiz ordene a exumação e o traslado do corpo", disse Espinoza por telefone à Reuters.

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