Idosa de 92 anos é mais uma sobrevivente do holocausto morta na guerra na Ucrânia
Vanda Semyonovna Obiedkova passou duas semanas sem conseguir se levantar, congelando e implorando por água no porão de sua casa na cidade de Mariupol
Oitenta anos depois de fugir dos nazistas, Vanda Semyonovna Obiedkova morreu aos 91 anos, no dia 4 de abril. Ela ficou duas semanas sem conseguir se levantar, congelando e implorando por água no porão de sua casa na cidade de Mariupol, principal ponto de bombardeios russos.
Vanda nasceu em Mariupol, no dia 8 de dezembro de 1930 e tinha apenas 10 anos quando os nazistas entraram na cidade procurando por judeus. A SS (Schutzstaffel) levou a mãe de Vanda, Maria (Mindel), que foi executada juntamente com milhares de outros judeus detidos na região, mas a menina conseguiu escapar se escondendo no porão de casa. Seu pai não era judeu.
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A idosa vivia agora com sua filha Larissa, que juntamente com o marido arriscou a vida para enterrar a mãe em um parque público, em meio aos bombardeios ininterruptos. A família estava no porão de uma loja vizinha de fornecimento de aquecimento, desde que os ataques começaram.
"Não havia água, nem eletricidade, nem calor —e estava insuportavelmente frio", disse Larissa em entrevista ao site judeu Chabad.org. Ela passou todo o seu tempo cuidando de sua mãe imóvel, mas "não havia nada que pudéssemos fazer por ela. Estávamos vivendo como animais.". Larissa e o marido conseguiram fugir da cidade após a morte de Vanda.
Outro sobrevivente do holocausto que morreu na guerra da Ucrânia foi Boris Romantschenko. Ele morreu no dia 18 de março, aos 96 anos, quando seu prédio foi destruído pelas bombas russas, na cidade ucraniana de Kharkiv. Boris era o vice-presidente da Fundação de Memoriais de Buchenwald e Mittelbau-Dora, uma organização criada para honrar e guardar a memória de pessoas que perderam a vida nos campos de concentração nazistas construídos em Buchenwald e em Mittelbau-Dora.
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