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Greenpeace fecha escritórios na Índia e corta postos após disputa por doações

Governo bloqueou contas na esteira de acusações sobre doações ilegais

Reuters

 O grupo ambientalista Greenpeace informou neste sábado ter sido forçado a fechar dois de seus escritórios regionais na Índia e pedir a saída de muitos de seus colaboradores, devido ao bloqueio de suas contas na esteira de acusações sobre doações ilegais.

O governo nacionalista do primeiro-ministro Narendra Modi aumentou a fiscalização sobre organizações não-governamentais nos últimos quatro anos, sob a justificativa de que muitas vezes elas agem contra os interesses indianos, revogando as licenças de milhares de grupos financiados com recursos estrangeiros.

Conhecido por sua campanha contra termelétricas a carvão na Índia, o Greenpeace está impedido de receber doações internacionais desde 2015. A agência de combate a crimes financeiros indiana congelou a principal conta bancária da organização em 5 de outubro.

Neste sábado, a organização disse que 40 de seus 60 postos de trabalho eram redundantes. Dois de seus escritórios regionais –na capital Nova Délhi e em Patna, no leste do país– foram fechados, disse o grupo em um comunicado.

Funcionários do Greenpeace em Nova Délhi e em Patna, bem como na cidade de Banagalore, no sul do país, foram convertidos em voluntários, disse o grupo.

"O governo pode somente congelar nossas contas e fechar nossos escritórios, mas o Greenpeace é uma ideia que nunca poderá ser extinta”, disse a organização.

Desde que Modi assumiu o cargo, em 2014, a Índia cancelou o registro de cerca de 15 mil organizações não-governamentais, aplicando uma legislação sobre contribuições internacionais.

Críticos dizem que o governo tem usado a lei como uma ferramenta para silenciar grupos que chamam atenção para o custo social do rápido desenvolvimento econômico e questionam o cumprimento dos direitos humanos no país.

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