Famílias da zona do euro voltam a buscar empréstimos depois de dois anos, diz BCE
O BCE começou a cortar as taxas de juros em junho, mas os custos dos empréstimos nos mercados financeiros começaram a cair bem antes
FRANKFURT (Francesco Canepa/Reuters) - As famílias da zona do euro estão solicitando empréstimos em números crescentes pela primeira vez em dois anos, à medida que se tornam mais otimistas em relação à economia e as taxas de juros caem, segundo uma pesquisa do Banco Central Europeu nesta terça-feira.
O BCE começou a cortar as taxas de juros em junho, mas os custos dos empréstimos nos mercados financeiros começaram a cair bem antes disso, tornando o crédito mais atraente aos poucos.
Um total de 16% dos credores entrevistados na Pesquisa de Empréstimos Bancários do BCE relatou aumento na demanda por empréstimos de famílias nos três meses até junho, o primeiro desde 2022, e os entrevistados esperam que essa tendência continue neste trimestre.
"A melhoria das perspectivas do mercado imobiliário, citada principalmente pelos bancos alemães, foi o principal impulsionador do aumento da demanda por empréstimos imobiliários", disse o BCE. "O nível geral das taxas de juros e a confiança do consumidor tiveram um impacto positivo menor."
Da mesma forma, os bancos aliviaram as condições das hipotecas pelo segundo trimestre consecutivo devido à concorrência mais forte, embora tenham restringido o acesso ao crédito devido à percepção de risco crescente.
O economista do ING Bert Colijn disse que a pesquisa forneceu "pequenas notas positivas", mas ainda deixou "muito espaço" para o BCE continuar cortando as taxas.
O banco central dos 20 países que compartilham o euro deve manter os juros esta semana, mas outros dois cortes estão previstos até o final deste ano.
Por outro lado, as condições dos empréstimos corporativos continuaram a se tornar mais restritivas, mesmo que de forma modesta, e a demanda por eles diminuiu.
O aperto foi "relativamente grande" para as empresas do setor imobiliário comercial, em linha com a política do próprio BCE como supervisor bancário da zona do euro.