Facebook perde 500 mil usuários ativos diários pela primeira vez e ações caem 20%
A controladora da companhia indicou que a receita do primeiro trimestre de 2022 deverá ficar abaixo das expectativas de analistas
Após a divulgação do relatório financeiro e a previsões de desempenho mais fraco para os próximos meses, as ações da Meta, empresa que controla o Facebook, despencaram nesta quarta-feira (2). Foi a primeira queda de usuários diários de história da empresa, lançada em 2004. As informações são do portal G1 Nacional.
Além disso, a rede social perdeu cerca de 500 mil usuários ativos diários ao redor do mundo no último trimestre de 2021, com 1,929 bilhão de pessoas utilizando o aplicativo. Nos três meses anteriores, esse número foi de 1,930 bilhão.
O maior prejuízo no número de usuários ativos diariamente ocorreu na África e na América Latina, com uma queda menos expressiva nos EUA e Canadá. Por outro lado, Europa e Ásia cresceram. Já o número de usuários ativos por mês ficou em 2,91 bilhões no quarto trimestre, sem crescimento na comparação com o trimestre anterior.
De quem é a culpa?
A empresa de tecnologia disse esperar um crescimento lento da receita no próximo trimestre. A Meta indicou que a receita do primeiro trimestre de 2022 deverá ficar abaixo das expectativas de analistas.
A previsão da companhia é que o faturamento de janeiro a março seja de US$ 27 bilhões a US$ 29 bilhões. Analistas esperavam faturamento de US$ 30,15 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
A empresa teve receita de US$ 33,67 bilhões no 4º trimestre, contra US$ 28,07 bilhões no mesmo período do ano anterior.
Depois da divulgação do documento, as da Meta ações caíram mais de 20% nas negociações no after-market desta quarta-feira (2) na bolsa de Nova York. Um dos motivos para a previsão abaixo do esperado é a alteração feita pela Apple para melhorar a privacidade de usuários do iOS, o que, na avaliação do Facebook, prejudica negócios de publicidade digital.
As mudanças promovidas pela Apple em seu sistema operacional dão aos usuários meios de controlar permissões de monitoramento de seu comportamento online, dificultando para os anunciantes conhecerem seu mercado e desenvolverem novos produtos.
Crise e polêmicas
O Facebook teve mais um ano envolvido em diversas polêmicas. Em meio à decisão de mudar o nome de sua controladora para Meta, que tem sob o seu guarda-chuva o Instagram e o WhatsApp, a companhia esteve envolvida em um escândalo de documentos internos vazados, que ficou conhecido como "Facebook Papers".
Frances Haugen, ex-funcionária da empresa e responsável pelo vazamento, testemunhou no Senado dos Estados Unidos declarando que a companhia "coloca o lucro acima da segurança".
"O Facebook percebeu que se mudar o algoritmo para ser mais seguro, as pessoas vão passar menos tempo no site, vão clicar em menos anúncios, e eles vão ganhar menos dinheiro", disse Frances.
O Facebook negou os argumentos da ex-funcionária e afirmou que ela "tirou de contexto" os documentos para apresentar um "retrato infiel" da companhia.A empresa também enfrenta um processo antimonopólio nos EUA, movido pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC), que alega que a companhia construiu monopólio ilegal ao comprar potenciais concorrentes como Instagram e WhatsApp