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Facebook bloqueia vídeo de francês que deseja transmitir morte ao vivo

Alain Cocq sofre de uma doença incurável e está paralisado por dores incessantes há 34 anos

Com informações da Istoé e G1

O Facebook bloqueou, neste sábado (5), a transmissão ao vivo dos últimos momentos de vida do francês Alain Cocq, que sofre de uma doença incurável. O homem buscava chamar a atenção para a questão da morte assistida, por meio da ferramenta na rede social.

"Embora respeitemos sua decisão de chamar a atenção para este assunto complexo, com base no conselho de especialistas tomamos medidas para impedir a transmissão ao vivo na conta de Alain, pois nossas regras não permitem a representação de tentativas de suicídio", declarou um porta-voz do Facebook à AFP.

Alain anunciou, na madrugada deste sábado, em num vídeo, que tinha parado de se tratar, se alimentar e hidratar, permitindo-se morrer ao vivo para denunciar as atuais leis sobre a morte digna na França.

"Julguem por vocês mesmos", escreveu este homem de 57 anos, dirigindo-se a seus seguidores, antes de dar o endereço do Facebook França em Paris para "que façam com que saibam o que pensam de seus métodos para impedir a liberdade de expressão".

O Facebook tem regras muito detalhadas: embora não tenha disposições específicas sobre o fim da vida, são muito rígidos em termos de conteúdo que pode parecer promover suicídio ou automutilação. Casos que incluem eutanásia e suicídio assistido.

Alain Cocq sofre de uma doença extremamente rara, sem nome, que faz com que as paredes das artérias se colem, provocando uma isquemia, a diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea no tecido, ou órgão.

Paralisado por dores incessantes há 34 anos, condenado a permanecer na cama, Cocq gostaria de receber uma sedação profunda, algo que a lei francesa não permite, exceto quando se está a poucas horas da morte certa.

"Isto não é suicídio", ressaltou o doente, que é católico. "Estou dentro do caso previsto por lei, no qual um paciente pode interromper seu tratamento", explicou na madrugada, afirmando que, nestes casos, a morte acontece "entre dois, cinco ou sete dias".

"Será muito difícil, mas não será nada enorme em comparação com tudo que já vivi", completou Cocq, deitado no leito médico instalado em casa.

Ele havia escrito ao presidente Emmanuel Macron para autorizar um médico a prescrever um barbitúrico e "partir em paz".

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