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Ex-CEO de marca varejista de roupas é acusado de explorar homens sexualmente

Conforme investigação feita pela BBC News, uma rede organizada sob chefia do acusado estaria recrutando funcionários para fazer sexo com ele

Carolina Mota

Mike Jeffries, ex-diretor-executivo (CEO) da varejista de roupas Abercrombie & Fitch, junto com seu parceiro Matthew Smith, enfrentam acusações graves na justiça envolvendo exploração sexual de homens contratados para trabalhar em eventos da rede de lojas.

Segundo investigação feita pela British Broadcasting Corporation – BBC, uma rede altamente organizada contratava jovens para eventos, para, supostamente, serem abusados e explorados sexualmente durante os trabalhos.

Oito homens disseram que participaram desses eventos, que geralmente aconteciam em casas luxuosas de Jeffries em outros países, sendo obrigados a ter relações sexuais com o magnata.

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Outros 12 homens alegaram terem sido contratados para trabalhos em eventos das lojas, mas os eventos eram feitos, exclusivamente, para práticas sexuais com Jeffries, de 79 anos, e seu parceiro Smith, de 60 anos.

Relatos feitos à BBC

Metade dos homens alegaram ter sido enganados quanto à natureza dos eventos ou não terem sido informados de que haveria sexo envolvido. Outros, disseram que sabiam que os eventos seriam sexuais, mas não exatamente o que se esperava deles. Todos foram pagos.

Vários disseram que o intermediário ou outros recrutadores levantaram a possibilidade de oportunidades para trabalharem como modelos para a A&F. Todos, exceto um, disseram que se sentiram prejudicados pela experiência.

Homens que participaram desses eventos afirmaram que Mike Jeffries e Matthew Smith se envolviam em atividades sexuais com cerca de quatro homens ou mais e os "orientavam" a fazer sexo uns com os outros.

Posteriormente, os homens alegaram que a equipe do evento lhes entregava envelopes cheios de milhares de dólares em dinheiro.

Detalhes dos eventos sexuais promovidos pelo Ex-CEO

Ainda conforme a investigação, algumas vítimas revelaram detalhes de como funcionavam os eventos. Segundo eles, os "recrutadores" encontravam homens para participar dos eventos e recebiam entre US$ 500 e US$ 1.000 (de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil) de Jacobson por cada indicação. Ele encaminhava fotos deles para Jeffries e Smith.

A maioria dos homens alega que Jacobson fez uma proposta a eles ou "teste" sexual, solicitando ou oferecendo-se para fazer sexo oral antes de serem apresentados a Jeffries e Smith.

Um "embelezador" pessoal foi contratado para raspar intimamente os pelos corporais de alguns homens que participavam de eventos, uma experiência que alguns descreveram como "desumanizante".

Todos os homens disseram que foram obrigados a assinar acordos de confidencialidade. Eles disseram que tinham pouco tempo para lê-lo e não tinham permissão para guardar cópias.

Um pequeno grupo de funcionários da A&F supervisionava os homens – mesmo durante os atos sexuais.

Alega-se que Jeffries teria financiado toda a operação, incluindo o dinheiro para as compensações pelas indicações, enquanto Smith teria organizado os pagamentos em dinheiro.

Jeffries e Smith não responderam às tentativas de contato da BBC. A  A&F, que afirmou considerar Jeffries seu fundador moderno, disse à BBC que está "horrorizada e enojada" com seu suposto comportamento.

Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de Oliberal.com

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