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Comunidade libanesa no Pará soma esforços para enviar apoio em meio a conflito

Cônsul do Líbano espera que Governo Federal acelere o processo de repatriação

Maycon Marte

Frente aos conflitos que atingem principalmente o sul do Líbano, onde as operações militares das forças armadas de Israel avançam contra o grupo paramilitar Hezbollah, a comunidade libanesa do Pará tem atuado para minimizar os impactos da guerra. Os esforços se concentram principalmente no envio de valores arrecadados coletivamente para a aquisição de insumos como medicamentos, alimentos e água. O cônsul honorário do Líbano no Pará, Makram Douraid Said, elogia a postura do Brasil no cenário de maneira geral, mas espera que o governo brasileiro acelere a repatriação dos que ainda residem no país.


Said estima que cerca de 20 mil pessoas com cidadania brasileira vivem no Líbano, sendo a maior comunidade brasileira no Oriente Médio. Na última divulgação do governo brasileiro, 3 mil dos que vivem no país desejavam voltar. O representante também relata que entre os paraenses no Líbano, existe uma migração para países próximos ou de fácil acesso, como Portugal e Turquia.

“Hoje o governo brasileiro tem se posicionado a nível federal, a nível de Itamaraty, levando em consideração a questão do conflito entre Israel e a Palestina e no sul do Líbano com uma visão correta, é necessário que você olhe para a Palestina como estado e é necessário que se respeite o território nacional do Líbano também como um estado. A única expectativa que nós temos hoje é que o Itamaraty tome uma decisão mais rápida em relação a repatriação dos libaneses que têm nacionalidade brasileira”, afirma Said.

A comunidade libanesa do Pará é a 5ª maior do Brasil, com cerca de 400 mil ascendentes e descendentes libaneses que estão atuando em prol de amigos e familiares atingidos pela guerra. Entre os esforços, Said destaca a conta solidária “Unidos pelo Líbano”, que recebe doações de quaisquer valores, enviados aos atingidos pelo conflito para suprir a necessidade de insumos básicos. A conta foi aberta pela própria embaixada e tem sido o apoio com o melhor desempenho, por não enfrentar dificuldades logísticas, conseguindo alcançar o máximo de pessoas.

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“A ajuda através dessa conta é a forma mais viável e mais segura, porque esse dinheiro, esse recurso vai chegar no seu fim. Por isso nós não temos hoje com essa conta aberta tantos desafios, com essa conta a gente consegue ajudar todos”, observa.

Sobre a convivência das comunidades libanesa e judaica no Pará, apesar das divisões políticas que possam naturalmente existir, o representante explica que prevalece um respeito mútuo. Said ressalta que prioriza essa boa convivência acima de tudo. “Vamos deixar o conflito longe e nos unir aqui”, enfatiza como mensagem principal para a comunidade

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