MENU

BUSCA

Cientistas testam implante de gel bloqueador de esperma que funciona como uma vasectomia

O Chamado ADAM foi projetado 'para impedir que o esperma viaje pelos vasos deferentes sem afetar a sensação ou a ejaculação'

Luciana Carvalho

Cientistas da Austrália estão testando uma alternativa temporária às vasectomias envolvendo um hidrogel não hormonal, implantado nos ductos espermáticos. O produto atua como um bloqueador de espermas e dissolve-se naturalmente após dois anos. As informações são do portal O Globo.

Chamado de ADAM, o modelo foi projetado “para impedir que o esperma viaje pelos vasos deferentes sem afetar a sensação ou a ejaculação. Os espermatozóides bloqueados naturalmente se degradam e são absorvidos. No final de sua vida útil, o hidrogel se liquefaz, removendo a barreira ao fluxo de esperma”, explicou a empresa Contraline, idealizadora do produto.

O teste está sendo feito em Melbourne, na Austrália, onde quatro dos 25 participantes do estudo já tiveram o gel injetados em seu corpo. Ele é implantado por meio de uma injeção rápida minimamente invasiva juntamente com anestesia local, com o procedimento levando menos de 30 minutos.

VEJA MAIS

Anticoncepcional masculino: estudos apontam caminhos para controlar a fertilidade dos homens
Experimentos feitos em camundongos identificaram dois pontos da proteína Eppin que regulam a movimentação dos espermatozoides

Anticoncepcional para homens: primeira vacina deve ficar pronta em 2023
O produto está sendo considerado melhor que a vasectomia promete afetar a cauda dos espermatozóides, impedindo a fecundação

“Se for bem-sucedido, pode ser um divisor de águas, garantindo que a contracepção seja uma responsabilidade compartilhada entre os casais. Até o momento, os procedimentos de implantação foram extremamente bem sucedidos e os pacientes receberam alta rapidamente após as cirurgias”, disse o urologista Nathan Lawrentschuk, principal autor do estudo.

A data estimada para o fim da pesquisa é 30 de junho de 2025. Os participantes fornecerão amostras de sêmen por 3 anos, com o estudo examinando a porcentagem de indivíduos que atingem azoospermia absoluta, ou seja, a ausência de espermatozoides no sêmen, e porcentagem de indivíduos que atingem azoospermia virtual, definida como uma contagem de espermatozoides maior ou igual a 100.000 por mililitro e 0% de motilidade.

Dada a relativa falta de opção de contracepção masculina, o estudo foi muito bem recebido pela comunidade. A demanda de pacientes pelo estudo superou as expectativas dos pesquisadores que superou as inscrições em três semanas após a abertura.

(Luciana Carvalho, estagiária sob supervisão de Heloá Canali, Coordenadora de OLiberal.com)

Mundo