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Tubarões brancos contrariam natureza solitária e viajam em dupla

Informação é da ONG Ocearch que reúne navegantes profissionais e cientistas especializados

O Liberal

Os tubarões brancos são tidos como espécie solitária, que costuma percorrer longas distâncias sem a companhia de outro exemplar. No entanto, o que parecia ser incontestável, já não é tão absoluto assim.

Cientistas da organização de pesquisa sem fins lucrativos Ocearch ficaram surpresos ao descobrir que dois tubarões, que haviam sido marcados com rastreadores via satélite em dezembro do ano passado, viajaram lado a lado por milhares de milhas.

De acordo com a ONG, essa descoberta lança uma nova luz sobre tudo o que os cientistas pensavam saber sobre esses predadores do topo da cadeia alimentar que, antes, acreditava-se preferirem apenas sua própria companhia, segundo uma reportagem publicada no USA Today.

Maior entre os tubarões e no topo da cadeia alimentar

O tubarão-branco, tubarão-anequim, cação-anequim ou cação-branco é uma espécie de grande lamniforme que pode ser encontrada nas águas superficiais costeiras de todos os principais oceanos. Ele é uma das maiores espécies encontradas atualmente e o maior entre os tubarões predatórios. Ele está no topo da cadeia dos oceanos.

A espécie impressiona por seu tamanho, podendo atingir até 7 metros de comprimento e pesar cerca de 2,5 toneladas. Os pesquisadores da Ocearch marcaram os tubarões, chamados Simon e Jekyll, em dezembro na costa sudeste dos Estados Unidos. E, desde então, os dados via satélite mostraram que os animais se movimentaram em conjunto ao longo da costa do Atlântico por mais de 6,4 mil quilômetros.

Simon, um tubarão de quase 3 metros e 197 kg, e Jekyll, de 2,4 metros e 179 kg, chegaram às águas canadenses e foram rastreados recentemente no Golfo de São Lourenço. Antes de marcar os tubarões, a equipe da Ocearh coletou amostras de sangue, tecido e músculo. Um geneticista analisará as amostras para determinar se Simon e Jekyll são irmãos ou de alguma forma relacionados.

A Ocearch já marcou mais de 400 animais desde sua primeira expedição em 2007. E, embora suas pesquisas tenham gerado mais de 75 estudos publicados, os membros da equipe nunca imaginaram que, sim, tubarões podem ser amigáveis.

Simon e Jekyll”, disse um pesquisador, “parecem ser amigos”. Esta descoberta não apenas desafia as noções preconcebidas sobre os tubarões, mas também abre novas possibilidades para futuras pesquisas sobre o comportamento desses magníficos predadores.

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