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Cientistas americanos desenvolvem IA capaz de criar material genético de um ser vivo; entenda

Projetado foi feito para acelerar pesquisas em medicamentos e na compreensão de doenças. No entanto, a utilização inadequada pode levar à criação de armas biológicas

Pedro Garcia

Cientistas americanos desenvolveram um novo modelo de inteligência artificial chamado Evo, liderado pelo biólogo Brian Hie, da Universidade de Stanford. Descrito em um estudo publicado na revista Science, Evo possui a capacidade de criar sequências de genomas do zero, o que permite, teoricamente, a geração de novas formas de vida, embora atualmente esteja restrito a genomas teóricos de micróbios.

Evo foi projetado para acelerar pesquisas em medicamentos e na compreensão de doenças. No entanto, sua utilização inadequada pode levar à criação de armas biológicas e outras ameaças. Os pesquisadores acreditam que, com o tempo, Evo poderá gerar sequências viáveis para genomas sintéticos. A questão principal não é sua capacidade, mas sim as decisões éticas sobre seu uso.

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Potencial e Aplicações

A principal promessa do Evo é acelerar pesquisas em áreas como desenvolvimento de medicamentos e compreensão de doenças. Ele pode ajudar a identificar mutações associadas a doenças hereditárias, que são frequentemente difíceis de interpretar. O modelo foi treinado com 2,7 milhões de genomas microbianos e pode prever como pequenas alterações no DNA afetam organismos. Isso o torna uma ferramenta poderosa para projetar novas proteínas e sistemas biológicos.

Em testes, Evo se mostrou capaz de fazer com a linguagem do DNA o que o ChatGPT e similares fazem com a linguagem escrita. Mas ele não foi alimentado com informação da internet ou de bancos de dados. Evo aprendeu com bilhões de linhas de sequências genéticas de microrganismos.

Riscos e Preocupações

Apesar do seu potencial, há preocupações sobre o uso indevido do Evo. Hie reconheceu que a tecnologia poderia ser utilizada para fins maliciosos, como a criação de armas biológicas. Para mitigar esses riscos, o modelo não foi alimentado com informações sobre vírus que afetam humanos. No entanto, especialistas alertam que isso pode não ser suficiente para evitar abusos.

Avanços Tecnológicos

Evo representa um avanço significativo em relação a outros modelos de inteligência artificial na biologia. Ele combina informações de DNA, RNA e proteínas, permitindo uma análise mais profunda das interações biológicas. Além disso, sua capacidade de gerar sequências longas e complexas é um marco na pesquisa genética.

Futuro da Genômica

O modelo também pode ajudar a desvendar o chamado "DNA escuro", que representa 99% do genoma humano e cuja função ainda não é bem compreendida. A expectativa é que Evo contribua para iluminar essa complexidade e avance na compreensão das funções genéticas. Em resumo, Evo é uma ferramenta poderosa que pode transformar a biologia molecular e a medicina. No entanto, seu desenvolvimento deve ser acompanhado de perto para garantir que seus benefícios sejam utilizados de forma ética e responsável.

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