Brasileiras investigadas por atos de 8 de janeiro são presas nos EUA ao tentar asilo
Busca por asilo ocorreu após posse de Trump

Quatro brasileiras investigadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro foram presas nos Estados Unidos após entrarem ilegalmente no país. A informação foi confirmada pelo Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) e divulgada inicialmente pelo portal UOL.
As detenções ocorreram após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinar a extradição dos envolvidos nas manifestações de 2023. Três das mulheres foram detidas no dia seguinte à posse do presidente Donald Trump.
A primeira a ser presa foi Raquel de Souza Lopes, de 52 anos, que ingressou ilegalmente nos EUA em 12 de janeiro e foi detida no mesmo dia pela patrulha de fronteira. Raquel foi transferida para o centro de detenção El Valle, no Texas, onde aguarda deportação. Natural de Joinville (SC), ela é acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de depredar o Palácio do Planalto e foi condenada a 17 anos de prisão. Sua defesa nega participação nos atos.
VEJA MAIS
Outras três brasileiras foram presas em 21 de janeiro, um dia após a posse de Trump, e estão detidas no centro de detenção de El Paso, também no Texas. São elas:
- Rosana Maciel Gomes, de 51 anos, condenada a 14 anos de prisão. Natural de Goiás, sua defesa alega que ela não participou dos atos de vandalismo e entrou em "estado de choque" ao presenciar os eventos.
- Michely Paiva Alves, de 38 anos, de Limeira (SP), responde ao STF por cinco crimes e possui mandado de prisão em aberto. É acusada de organizar a viagem de trinta pessoas de sua cidade até Brasília para os protestos.
- Cristiane da Silva, de 33 anos, de Balneário Camboriú (SC), condenada a um ano de prisão por incitação aos atos golpistas. Sua defesa alega que ela estava em Brasília apenas como turista.
Apesar da aliança entre Trump e Bolsonaro, o governo americano mantém uma política rigorosa de imigração. No último domingo, o governo Trump deportou mais de duzentos venezuelanos para El Salvador, utilizando a Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798, normalmente aplicada em tempos de guerra.
*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política e Economia)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA