Ataque a tiros que matou 8 nos EUA é o 45º em 30 dias

Na noite de quinta-feira, Brandon Scott Hole, de 19 anos, invadiu uma unidade de logística da FedEx, em Indianápolis. Armado com uma submetralhadora e um fuzil automático, ele disparou a esmo por dois minutos, matando oito pessoas e ferindo outras sete. Nos últimos 30 dias, os EUA registraram 45 massacres com armas de fogo, contando com o de Indianápolis, segundo a Gun Violence Archive (GVA), centro americano de estudos da violência.

De acordo com dados da GVA e relatórios policiais, apenas este ano já foram 147 massacres com armas de fogo - maioria dos especialistas considera um massacre quando quatro ou mais pessoas são baleadas, feridas ou mortas, excluindo o atirador.

Scott Hole era ex-funcionário da FedEx. No ano passado, segundo Paul Keenan, agente do FBI, sua mãe havia procurado as autoridades para informar seu temor de que ele pudesse tentar se matar, tomando alguma atitude que levasse um policial a atirar contra ele.

Na ocasião, ele passou por avaliação mental e teve sua arma apreendida. As autoridades disseram que ainda estão investigando a motivação do crime. Algumas das vítimas pertenciam à comunidade de indianos sikh.

Na quinta-feira, mesmo dia do massacre de Indianápolis, outros dois incidentes com arma de fogo assustaram os americanos. Em Pensacola, na Flórida, seis pessoas ficaram feridas a tiros em um apartamento - o atirador fugiu. Em Washington, outras quatro pessoas foram baleadas, incluindo uma adolescente.

Em comunicado, o presidente americano, Joe Biden, disse que a violência com armas de fogo "fere a alma" dos EUA. "A violência com armas é uma epidemia", lamentou. "Não podemos aceitar isso. Precisamos agir, acrescentou Biden, pedindo ao Congresso que aprove leis de controle de armas.

Nenhum país do mundo tem tanta arma de fogo nas mãos de civis quanto os EUA. De acordo com o Small Arms Survey, grupo de pesquisa de Genebra, o país tem 393 milhões de armas, cerca de 1,2 arma para cada habitante - significa que os EUA têm 4% da população mundial e 40% das armas do planeta.

Quando comparado a outros países desenvolvidos, o índice de homicídios nos EUA é alto. Em 2019, foram 4 mortes por cada 100 mil habitantes, segundo o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde, da Universidade de Washington. A mesma taxa é de 0,07 na Noruega, 0,04 no Reino Unido e 0,02 no Japão.

No entanto, quando os números são colocados ao lado de outros países da América Latina, os mais violentos do mundo, a situação é diferente. No Brasil, em 2019, segundo o mesmo estudo, foram 21,9 mortes por armas de fogo a cada 100 mil habitantes. Na Venezuela, 33,3. Em El Salvador, 36,8.

(Com agências internacionais)