Apagão deixa mais de 500 mil usuários sem luz em Buenos Aires
O serviço foi restabelecido para 70% dos afetados no meio da tarde, mas cerca de 200.000 clientes ainda estavam sem eletricidade
Vários apagões deixaram cerca de 620.000 usuários sem luz nesta quarta-feira (5) em Buenos Aires, incluindo a sede do governo, informaram as autoridades, no momento em que a capital argentina enfrenta uma sensação térmica de 44 °C e está sob alerta amarelo por "temperaturas extremas".
A empresa elétrica Edesur, que atende o sul de Buenos Aires, informou na rede social X que "ocorreu uma falha em uma linha de alta tensão", o que afeta várias subestações. Este apagão aconteceu após outro, também de grande escala, registrado na madrugada de quarta-feira.
O serviço foi restabelecido para 70% dos afetados no meio da tarde, mas cerca de 200.000 clientes ainda estavam sem eletricidade, confirmou um porta-voz da Secretaria de Energia à AFP, ao acrescentar que, cerca de 622.000 usuários sofriam com a falta de luz durante o auge do apagão.
O blecaute, que também afetou a Casa Rosada (sede do governo), bem como mais de uma dezena de bairros do centro e do sul da capital, provocou desordem em dezenas de cruzamentos devido à falta de energia nos semáforos, engarrafamentos e a suspensão do serviço de metrô.
Boa parte do bairro de Barracas, ao sul da cidade, passou horas sem eletricidade em meio a um calor sufocante. Em algumas casas, as pessoas saíam às portas para se refrescar ou se buscavam abrigo em alguma sombra na rua.
Alguns comerciantes tinham geradores a gasolina na entrada de seus estabelecimentos para suprir a falta de eletricidade, enquanto alguns postos de combustíveis registravam filas de pessoas que queriam encher seus galões.
Gilda Ávila, funcionária de uma lavanderia em Barracas, lamentou o fato de não poder usar as máquinas. "Tenho um monte de roupa para entregar. E, com esse calor, não dá. Tudo aumenta e nada melhora", lamentou a mulher de 39 anos.
As tarifas de luz em Buenos Aires aumentaram 268% em 2024, enquanto a inflação chegou a 117,8%, segundo um relatório da Universidade de Buenos Aires e do instituto científico Conicet.
"Esta manhã tivemos que jogar fora um monte de mercadoria", disse à AFP Eduardo Marecos, um açougueiro de 35 anos. "Pagamos quase um milhão [de pesos] de luz, então é ruim passar por isso."