Americanos acreditam que Trump poderia ter evitado infecção pelo coronavírus
Pesquisa da Reuters/Ipsos também mostra que 51% apoiam Biden, enquanto 41% declaram voto em Trump
Após o diagnóstico positivo de Donald Trump para Covid-19, o democrata Joe Biden ampliou sua maior vantagem sobre o atual presidente em pesquisas de intenção de voto a um mês das eleições americanas. Entre os adultos que pretendem votar no dia 3 de novembro, pesquisa da Reuters/Ipsos mostra que 51% apoiam Biden, enquanto 41% declaram voto em Trump. 4% dizem optar por um terceiro candidato, e outros 4% se mostram indecisos.
O levantamento apontou também que a maioria dos americanos acredita que Trump poderia ter evitado a infecção pelo coronavírus se tivesse levado a doença mais a sério. Trump foi internado na última sexta-feira no Centro Médico Militar Walter Reed, perto da capital Washington, por precaução, segundo a Casa Branca. A hospitalização deverá durar alguns dias.
Apenas 34% dos entrevistados disseram acreditar que Trump vem falando a verdade a respeito da doença, enquanto 55% dizem que não. 11% dizem não ter certeza. Sobre a resposta do presidente americano ante a pandemia, 57% dizem desaprovar as medidas tomadas pelo governo, índice 3% maior do que no último levantamento.
Realizada entre os dias 2 e 4 de outubro, a pesquisa deu poucos indícios de um apoio mais amplo ao presidente além de seu grupo central de eleitores. Faltando um mês para a eleição, Biden manteve sua liderança para garantir o voto popular. Mas para ganhar a presidência, um candidato deve prevalecer em estados suficientes para prevalecer no Colégio Eleitoral, e algumas pesquisas mostram que Trump é quase tão popular quanto Biden nos principais estados.
Quadro preocupante
O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, revelou que a condição de saúde do presidente Donald Trump na sexta-feira era muito pior do que as autoridades haviam tornado público.
— Posso dizer que o mais importante é que ele está sem febre agora e indo muto bem com seus níveis de saturação de oxigênio. Ontem de manhã estávamos muito preocupados com isso. Ele estava com febre e seu nível de oxigênio havia caído rapidamente. No entanto, em estilo típico, este presidente estava de pé e andando por aí — disse Meadows durante entrevista para a Fox News na noite deste sábado.
A informação de que o presidente Trump não estava fora de perigo e que seu estado de saúde era "muito preocupante" — não confirmado oficialmente pela Casa Branca —, foi passada por Meadows neste sábado. Inicialmente, as declarações foram atribuídas a uma fonte anônima "próxima ao presidente", mas um vídeo mostra o chefe de Gabinete se aproximando dos repórteres e pedindo para falar sob anonimato.
A confusão é retrato da falta de transparência e das declarações contraditórias do governo americano, que só aumentaram as dúvidas sobre a saúde do presidente.