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Mulheres empreendedoras da confeitaria reforçam estratégias para o Natal

As datas festivas são sempre momentos de intenso movimento para essas profissionais

Bruna Lima

Colocar a mão na massa, literalmente, e proporcionar satisfação e felicidade por meio de guloseimas faz parte da rotina de Isabella Boechat Faria Santos, 27, e Mônica Nazaré Souza Leão, 55, mulheres empreendedoras de diferentes gerações, mas que possuem percepções semelhantes sobre suas atividades e a arte da confeitaria. As datas festivas são sempre momentos de intenso movimento para essas profissionais. Com o mês de dezembro, aquecido e competitivo, elas sempre estão mirabolando estratégias e receitas para proporcionar o melhor para seus clientes.

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Para este natal, Isabela trouxe a proposta de caketone, que é uma massa de cookie na forma de panetone com recheio e também tem o chocobrownie, que é a massa de brownie também na forma de panetone com recheio de brigadeiro. Já Mônica, apresenta os biscoitos decorados com glacê,que é uma forma da família de viver memória afetiva com as crianças.

Por trás de toda essa criatividade existe uma intensa dedicação dessas mulheres, pois são elas que atendem desde os pedidos, a mão na massa, a compra dos materiais até as entregas. Diante de todo esse processo, diferentes atividades são executadas e muitas dessas mulheres não são valorizadas e não recebem o apoio e nem o respeito da família.

Esse descaso, não faz parte da realidade de Isabela e Mônica, mas elas deixam claro que essa ainda é uma marca muito forte da profissão que escolheram. "Infelizmente a cozinha ainda é vista como um espaço da mulher e quando uma mulher faz desse espaço a sua profissão, muitas pessoas e até os próprios familiares não respeitam e não dão o valor necessário", reflete Isabela.

A jovem diz que desde quando começou, em 2026, impôs uma postura como forma de ser respeitada como profissional, mas ela diz que sabe que essa realidade ainda não é predominante. "Como a mulher está associada ao ato de cuidar, as pessoas simplesmente acham que não precisam valorizar o nosso trabalho, é algo que está intrínseco e como se fosse uma obrigação", acrescenta.

Enfrentando preconceitos

Mônica diz que também consegue perceber o machismo diante da sua profissão, mas que tem a sorte de não ter passado por situações de desvalorização e preconceito. "Eu entrei na profissão por causa da minha mãe, que é doente e eu precisava estar mais próxima dela. Portanto, eu optei em produzir em casa para dar essa assistência", pontua Mônica.

Diante dessa realidade, o empreendedorismo é um grande desafio para essas duas profissionais, pois mesmo com o amor pela profissão elas precisam lidar com os obstáculos e as demais funções. Isabela também atua como fisioterapeuta.

Ela começou na confeitaria em 2016, quando ainda estava no cursinho pré-vestibular. Ela diz que sempre foi a confeiteira da família e a aptidão acabou transformando o amor em negócio. Hoje em dia é ela na área da fisioterapia, mas concilia com sua confeitaria.

"Eu nunca deixei a confeitaria de lado. E eu faço parte de todos os processos. Não é uma tarefa fácil, mas é um trabalho que me deixa feliz. É muito prazeroso receber o retorno do cliente", destaca a jovem.

Já Mônica, que entrou na profissão mais recente, em 2022, disse que mesmo antes de atuar de forma profissional sempre gostou e esteve inserida no universo da confeitaria.

"A ideia foi de uma amiga, que me chamou para abrir uma biscoiteria. E o meu trabalho me engrandece muito, pois quando estamos no processo de preparo, quando a minha mão entra na massa é uma forma de doar amor, uma forma de proporcionar prazer nas pessoas se deliciarem com um alimento saboroso", reflete Mônica.

Cozinha com interação em família

Pela cozinha ser um espaço de interação e compartilhamento entre a família, é comum que o dom seja herdado. No caso de Isabela, a referência mais próxima desse exemplo é de sua tia. Ela conta que desde sua adolescência, quando uma de suas tias vinha passar férias em Belém, elas se reuniam para preparar algumas receitas. "tenho essa memória afetiva ao lado da minha tia no preparo de algumas receitas durante as férias”, diz a jovem.

No caso de Mônica, a aptidão pela cozinha não vem de outras gerações, mas ela destaca uma das receitas de sua mãe, que é um biscoito de castanha, a qual sua biscoiteria começou com essa receita.

É o amor pela confeitaria que as duas mulheres empreendedoras procuram se renovar para inovar em suas funções, como forma de proporcionar prazer e fidelidade aos clientes. Para elas, empreender é um ato de coragem e esperam que outras mulheres também consigam seus espaços.

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